Editorial

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Tem razão Lula e tem razão Dilma, mas não basta ter só discurso tem que praticar

“Se tem problema de corrupção na Petrobras, então prendam quem roubou. Prendam. É pra isso que tem Justiça, é para isso que tem polícia, mas não vamos confundir o que está acontecendo com algumas pessoas com o destino desse País”, disse o ex-presidente Lula ontem em Pernambuco ao participar de uma palestra motivacional direcionada para funcionários da cervejaria Itaipava, do Grupo Petrópolis, inaugurada no seu estado natal.

Concordo com Lula. Quem afanou a Petrobras, inclusive petistas citados no escândalo da Lava Jato, alguns já presos, se ficar provado o envolvimento deles, têm que ir pra trás das grades, sem dó nem piedade. O discurso do PT e até do próprio Lula de que nunca na história desse País se investigou e se prendeu tanto, não basta ficar só na retórica. É como aquele velho ditado: “não basta ser pai tem que participar”. Ou seja, não basta ter só discurso tem que praticar.

Tenho dito sempre que falo neste assunto da Lava Jato que não acredito no envolvimento da presidenta Dilma nesse escândalo. Até agora nada ficou provado. No entanto, alguns petistas estão sim envolvidos, bem como nomes de outros partidos que fazem parte da base aliada do governo.

Aliás,  o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, foi preso esta semana pela Operação Lava Jato. Lula apoiava a permanência de Vaccari à frente da tesouraria do PT mas, nos últimos dias, com o fechamento do cerco em torno dele, havia dito a aliados que preferia sua saída imediata para evitar ainda mais desgaste para o partido. Certamente Lula mudou de opinião sobre Vaccari.

A bem da verdade, o jornalista Lauro Jardim, que assina a coluna Radar on-line, da Veja, publicou nota dias atrás dizendo o seguinte:

“No fim do ano passado, em uma reunião na Granja do Torto com Rui Falcão, Dilma Rousseff falou, pela enésima vez, cobras e lagartos de João Vaccari Neto. Dilma nunca confiou em Vaccari e, naquela ocasião, reforçou que, por ela, Vaccari devia ser imediatamente retirado da Secretaria de Finanças do partido.

Preocupado com a veemência da presidente, Rui Falcão argumentou que a defesa de Vaccari era, no fundo, a defesa do partido – postura que Falcão mantém até hoje e que ficou explícita na nota em defesa do tesoureiro divulgada pelo PT.

Falcão fez, em seguida, na mesma reunião, um apelo a Dilma. Pediu que ela evitasse criticar Vaccari, mesmo que reservadamente, para que ele não se enfraquecesse ainda mais.

Até a prisão de Vaccari, o apelo de Falcão foi atendido. Após ser avisada por José Eduardo Cardozo da prisão de Vaccari, Dilma reuniu os ministros do PT mais próximos a ela e orientou qual seria a postura do governo:

– Não quero uma frase em defesa do Vaccari.

Está certo a presidenta. Está certo Lula quando diz que se tem problema de corrupção na Petrobras, então prendam quem roubou.

A conferir!

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