Editorial

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Vazamento seletivo: dois pesos e duas medidas

Longe de mim querer aqui defender o governo ou o PT, embora tenha votado na reeleição da presidenta Dilma por achar que Aécio Neves seria um novo Collor. Aliás, nas delações premiadas soube-se que o senador alagoano foi o que mais recebeu em propina na Lava Jato – R$ 20 milhões ao todo -, para a sua candidatura a reeleição. Mas a imprensa prefere destacar as doações dadas aos candidatos do PT e a Dilma. Vazamento seletivo com dois pesos e duas medidas.

Ontem ao ouvir a Voz do Brasil – sim, ouço a Voz do Brasil, até por ser jornalista – escutei atentamente o que o senador Jorge Viana (PT-AC) disse na parte destinada ao Jornal do Senado. O parlamentar acreano reclamou do vazamento seletivo do conteúdo das delações premiadas à Justiça Federal do Paraná que apura, por meio da Operação Lava Jato, as irregularidades envolvendo contratos entre a Petrobras e empreiteiras.

Ora, se os depoimentos correm sobre segredo de Justiça por que a revista Veja tem conhecimento e divulga supostas delações? Por que é que as doações feitas ao PT por empreiteiras, embora muito menor do que Collor recebeu, por exemplo, são sempre classificadas de ilegais enquanto as que foram destinadas a outros partidos ou candidatos, caso de Collor, são tratadas como lícitas ou ao menos a imprensa sequer ressalta?

Tem razão o senador Jorge Viana quando solicita ao Supremo Tribunal Federal a transmissão ao vivo, pelos meios de comunicação, de todos os depoimentos na Lava Jato para que todo o país tome conhecimento do conteúdo das declarações, única maneira, me parece, de se acabar com o vazamento seletivo que prejudica apenas o PT. E o PSDB, o PMDB, o PP, partidos estes também incluídos nas delações premiadas? Por que é que nunca vazam informações, sobretudo na Veja?

Estranho, muito estranho!

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