Editorial

Perícia diz que não houve `pedalada´. E agora José? Ou Josés?

Perícia feita a pedido da comissão do impeachment do Senado diz que não há “controvérsia” sobre o fato de a presidenta afastada Dilma Rousseff ter agido para liberar créditos suplementares sem o aval do Congresso através de decretos. Por outro lado, o laudo afirma que não foi identificada ação dela nas chamadas pedaladas fiscais.

Com base nisso, Dilma se pronunciou afirmando que a perícia feita a pedido da comissão do impeachment do Senado mostrou que ela não cometeu crime de responsabilidade, o que torna o processo de seu afastamento um golpe.

Segundo a Folha, Dilma sofre duas acusações na denúncia que a afastou do cargo: a edição desses decretos sem aval do Congresso e de ter cometido “pedalada fiscal” com o atraso do repasse de R$ 3,5 bilhões do Tesouro ao Banco do Brasil para o Plano Safra.

Em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, a presidenta voltou a dizer que não há base jurídica para um impeachment.

Hoje, por exemplo, ficou caracterizado, pela própria perícia feita pelo Senado da República, que os motivos pelos quais eles me acusam não caracterizam crime. No que se refere ao Plano Safra, a minha presença em nenhum ato foi constatada. Portanto, consideraram que eu não participei em nenhum momento do Plano Safra porque isso não é papel do presidente da República. Nós viemos dizendo isso há muito tempo, mas agora a própria perícia do Senado constatou isso, afirmou.

Com base nos fatos há de se perguntar: e agora José, ou Josés?

Os Josés no caso são os senadores da República que irão julgar a presidenta afastada se ela deve ou não retornar ao cargo. Sim, porque os fatos mostram que o golpe contra a presidenta da República está mais do que claro, a começar pelas gravações do ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, com os caciques do PMDB, Sarney, Renan e Romeo Jucá, que tramaram o golpe para por fim a Lava Jato. Até pedido de prisão para os três o procurador-geral da República, Rodrigo Janot já pediu.

O que falta agora aos nossos congressistas para reconhecer o golpe malfadado?

A conferir!

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