Editorial

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Sótão, segundo o Wikipédia,  lugar propício para ratos e baratas

Quem primeiro levantou a lebre a nível nacional foi o jornalista Felipe Patury, em 29 de março na revista Época. Dizia ele em nota sob o título “Denúncias chegam em José Agripino Maia (DEM-RN)”, que o DEM pode sofrer mais um constrangimento. O presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), acaba de ser envolvido em uma investigação do Ministério Público do seu estado. Os promotores investigam um esquema de corrupção que, nos últimos 20 anos, teria desviado R$ 1 bilhão dos cofres do Detran potiguar. Em depoimento, um dos suspeitos de participar do esquema, José Gilmar de Carvalho Lopes, afirmou que Agripino teria recebido R$ 1 milhão em doações de campanha oriundas dos desvios. Também teria sido beneficiado pelas doações, Carlos Augusto Rosado, marido da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). As negociações teriam sido feitas pelo advogado George Olímpio, sócio do ex-senador tucano João Faustino no esquema. Faustino é suplente de Maia no Senado.

Em seguida, o jornalista Luiz Carlos Azenha, em seu blog Viomundo, no dia 1º de abril reproduziu texto do jornalista potiguar Daniel Dantas Lemos escrito no blog De Olho no Discurso, cujo título era “Onde Judas encontrou um Sinal Fechado”. O que chamou a atenção na época foi o fato de que o presidente nacional do DEM, José Agripino Maia (RN), que teve o seu nome citado nas transcrições, começava a despertar a atenção da mídia nacional em face de que teria recebido R$ 1 milhão do esquema montado no Detran/RN, embora ele negue. Confira clicando aqui.

Agora a reportagem do jornalista Leandro Fortes da CartaCapital cujo título é “Testemunha acusa Agripino Maia de receber propina” onde é relatado com base em depoimento do lobista Alcides Fernandes Barbosa, em acordo de delação premiada com o Ministério Público, como o presidente nacional do DEM teria recebido R$ 1 milhão para a sua reeleição de um esquema fraudulento montado no Detran do Rio Grande do Norte. No depoimento ao MP, Barbosa afirma que o dinheiro teria sido entregue à Agripino no sótão de seu apartamento, o que o senador mais uma vez nega dizendo:

– Sótão é aquela coisinha que a gente sobe por uma escadinha. No meu apartamento eu tenho é uma cobertura.

De fato o apartamento do senador Agripino Maia, no bairro Morro Branco, em Natal, é um duplex com cobertura. Digo isso porque como editor de Política do então JH Primeira Edição tive, juntamente com a repórter Daniela Freire, oportunidade de entrevistá-lo no seu apartamento.

Mas certamente ao falar em sótão ao invés de cobertura, essa foi a maneira de se expressar do lobista. Contudo, a ordem dos fatores não altera o produto. Se sótão ou cobertura, o fato é que o depoimento já sob delação premiada de Alcides Fernandes Barbosa durou 11 horas, conforme o texto de Leandro Fortes, tempo suficiente para que o lobista detalhasse o encontro que teve com Agripino no “sótão” do apartamento do senador. Se verdadeiro ou não, a Procuradoria Geral da República é quem deve se pronunciar, já que como senador Agripino Maia tem foro privilegiado.

A propósito, para dirimir qualquer dúvida, tive a curiosidade de consultar o Wikipédia, na internet. Olha a pérola que encontrei numa das definições de sótão:

– Como o sótão costuma ser de baixa altura e de difícil acesso, costuma virar um lugar empoeirado, o que o caracteriza como um lugar propício para o crescimento de ratos e baratas.

 

 

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