Editorial

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Como as gestões passadas trataram o dinheiro público

Uma reportagem bastante esclarecedora do repórter Yuno Silva, publicada ontem pelo jornal Tribuna do Norte, sob o título “A cidade que não saiu do papel”, pode mostrar ao eleitor como as gestões passadas que administraram Natal – caso de Carlos Eduardo Alves (PDT) e Wilma de Faria (PSB), o primeiro candidato novamente a prefeito da capital potiguar, e a segunda sua companheira de chapa -, jogaram pelo ralo o dinheiro público que poderia ter transformado a cidade trazendo benfeitorias para à população.

Em detalhes a matéria trouxe alguns projetos, inclusive com ilustrações de maquetes, que não saíram do papel, embora tenha-se gasto, em alguns deles, dinheiro pra isso, caso, por exemplo, da urbanização da orla da praia de Ponta Negra.

A primeira urbanização de Ponta Negra, considerada o principal cartão postal da cidade dos Reis Magos, foi realizada no final da década de 1980, e o projeto já surgiu inadequado para as necessidades dos frequentadores e trabalhadores da praia. Ao longo dos anos, as antigas barracas de lona se proliferaram e até banheiros clandestinos foram construídos na faixa de areia. O problema se agravou de tal maneira que o governo do estado, responsável também pelas intervenções na orla, promoveu um concurso público em 1995 para escolher um novo projeto, diz o texto.

E continua:

Uma segunda urbanização renovou a fachada da praia em 2000, mas o projeto elaborado pelos arquitetos Dulce Bentes, José Ailton de Morais, Roseane Dias e Fabiano Diniz – devidamente submetido à aprovação popular – sofreu alterações e apenas 30% do planejado acabou implantado. Entre a aprovação e a execução do projeto, um intervalo de cerca de cinco anos, a ocupação desordenada da praia inviabilizou várias propostas  previstas originalmente como calçadões mais largos, mais vagas de estacionamento à beira mar, quiosques mais estruturados, equipamentos de lazer e área para a prática de esportes. “A área tida como pública acabou incorporada a terrenos particulares, e várias ruas que iriam permitir o acesso até a Via Costeira simplesmente sumiram”, declarou na época o arquiteto José Ailton de Morais, um dos autores do projeto. 

Mas pode-se citar outro exemplo: A área de lazer de Mãe Luiza.

Concebido pela arquiteta Luciana Kelly Maia Correia como  trabalho de conclusão de curso, o projeto foi registrado no IAB-RN e doado ao município. No local estavam previstos a construção de minicampo de futebol, quadra poliesportiva, parque infantil, área para comercialização de artesanato, anfiteatro, quiosques e pista para  caminhada. O início das obras estava previsto para o primeiro semestre de 2006. Qual nada, outro projeto que não saiu do papel e só serviu de discurso de campanha.

Isso só para ficar em dois exemplos de descaso com o dinheiro público das administrações passadas que hoje querem voltar ao Poder.

Yuno Silva afirma em seu texto que a falta de projetos usualmente tem sido utilizada para justificar o pouco desenvolvimento urbanístico de Natal. Mas não foram poucas as ideias apresentadas nos últimos 15 anos que poderiam modificar profundamente o cotidiano dos que moram ou visitam a capital potiguar. Infelizmente, a maioria desses projetos ficaram no papel, se perderam nos arquivos dos arquitetos e na memória dos administradores.

É verdade o que o repórter assinala. Nos últimos anos a falácia dos prefeitos natalenses tem sido grande. Em épocas de campanha prometem mundos e fundos ao eleitor, mas quando ganham a eleição, projeto que é bom para a cidade, quando se tem não sai do papel, caso dos que foram mostrados pela reportagem

O fato é que o eleitor precisa está atento para não cair mais num engodo eleitoral. A conferir!

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