Editorial

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O que dizer de um candidato que se utiliza de pesquisa enganosa?

Passados quatro dias após o pleito presidencial, vem a tona a informação de que o candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves, se utilizou de uma pesquisa com dados enganosos para ludibriar eleitores de seu estado natal, Minas Gerais, como relata a Folha hoje.

Segundo o jornal, informações de uma pesquisa de intenção de voto do instituto Veritá usadas na propaganda de segundo turno do tucano Aécio Neves são comprovadamente enganosas. Quem confirma é o próprio dono do instituto que fez o levantamento, Adriano Silvoni. E também o estatístico responsável pelas pesquisas do Veritá, Leonard de Assis.

De acordo com a Folha, a informação infundada era a liderança de Aécio Neves em Minas Gerais com 14 pontos de vantagem sobre Dilma Ruosseff (PT): uma pesquisa que o mostrava com 57% ante 43% da petista. O enredo que levou o PSDB a propagar esses números começa em 6 de outubro, logo após o primeiro turno, quando o Veritá conclui uma pesquisa nacional para presidente com 5.161 entrevistas, estudo registrado no TSE com o código BR-01067/2014.

Não só isso: o que dizer de um parlamentar que um dia antes da realização do segundo turno alimentou nas redes sociais que o doleiro Alberto Yousseff havia sido envenenado e agora a verdade vem a tona.

Na última segunda-feira o deputado paranaense Plauto Miró (PSDB), primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Paraná, acabou confessando que foi ele quem espalhou no Facebook que o doleiro Alberto Youssef, acusado de operar o esquema de lavagem de dinheiro na Petrobras, internado no Hospital Santa Cruz no último sábado, véspera da eleição presidencial, após desmaiar na carcerária da Polícia Federal em Curitiba havia morrido com suspeita de ter sido envenenado.

É por essas e outras coisitas mais que a política no Brasil está desacreditada. Numa campanha presidencial como a que se presenciou, uma das mais difíceis após o processo de redemocratização do país, partidos políticos com o apoio de suas principais lideranças usam de artifícios espúrios para tentar enganar o eleitor e ganhar uma eleição.

Aliás, sobre a pesquisa Veritá o próprio Aécio Neves no último debate com Dilma na Globo chegou a dizer a presidenta, que ele estava vencendo em Minas Gerais com base em números enganosos.

A política deve ser feita, sobretudo, com respeito ao eleitor. Divulgar pesquisas mentirosas é uma falta de respeito, assim como fazer insinuações, caso do parlamentar tucano Plauto Miró que levou as redes insinuações de que o doleiro Alberto Youssef fora envenenado.

 

 

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