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Dorme a nossa Pátria mãe tão distraída (…)

Me aproprio de um refrão de uma letra de música do compositor e cantor Chico Buarque (Vai Passar), para dizer que concordo com o sociólogo Alberto Carlos Almeida, diretor do Instituto Análise, que publicou um artigo na última sexta-feira no Valor Econômico, onde dizia:

– Hoje são mínimas as chances de que Dilma sofra o impeachment. Mas o problema é outro: a possibilidade permanentemente colocada tende a enfraquecer o governo. É tudo que os deputados querem. Nada melhor para a Câmara e para o Senado do que um governo fraco. Quanto mais fraco ele for, mais se consegue dele.

E quando digo que “dorme a nossa Pátria mãe tão distraída (…) me refiro ainda a outra parte do refrão que diz que (…) Sem saber que era (ou é) subtraída em tenebrosas transações.

Falo isso porque o próprio ministro Cardozo (da Justiça) disse esta semana ao jornal O Globo, que “há radicais se avolumando em vários segmentos”. Para um bom entendedor meia palavra basta. Quando o ministro fala “em vários segmentos”, ele fala da direita, do centro e da esquerda. E ao se referir “se avolumando”, leia-se, se arvorando. Cardozo se reportava a lista de políticos de posse do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob suspeição de terem participado do petrolão

O que deixa a impressão de que quando se cogita o impedimento da presidenta Dilma, se cogita desestabilizar o governo com outras intenções, ou seja, de barganhar enquanto dorme a nossa pátria tão distraída, passando, claro, pela lista de Janot.

Vamos aguardar o posicionamento do procurador-geral da República, na próxima terça-feira, sobre os políticos delatados na Lava Jato. Segundo a Folha hoje, Janot deve pedir ao Supremo apenas aberturas de inquéritos – e não fazer denúncias diretas – contra os políticos suspeitos de participar do esquema de corrupção na Petrobras. Tudo a ver com o pedido de impeachment da presidenta Dilma.

A conferir!