Artigo

A crise dos vices

Nunca na história política deste país se viu uma crise de candidatos a vice. E aí vai desde os vices a governador como os vice a presidente. Está faltando vice no mercado, e não se culpe a greve dos caminhoneiros por isto. O que está faltando é a falta de credibilidade não nos vices, mas nos postulantes aos cargos majoritários, daí ninguém querer se sujeitar a ser vice.

A título de exemplo, caro leitor, veja o caso do militar da reserva Jair Bolsonaro. Mesmo figurando em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro encontra ou encontrou dificuldades para ter um companheiro de chapa. Nem a advogada Janaina Paschoal, a “Musa” do impeachment contra Dilma Ruosseff, aceitou. Neste sábado (5), utilizou as redes sociais para dizer que não aceitava o convite por não poder residir em Brasília por motivos pessoais. Balela, pura balela!

Outro que enfrentou dificuldades em ter um vice foi o tucano Geraldo Alckmin (PSDB), que acabou escolhendo a senadora Ana Amélia (PP-RS), que enfrentou dificuldades dentro do próprio partido para aceitar o convite. Ah de se dizer que Lula também ainda não tem um vice. Mas Lula está numa situação diferente. Preso político, embora tenha tido o seu nome lançado ontem, em Convenção, o petista pode indicar alguém do próprio partido que poderá ser Fernando Haddad ou Jaques Wagner, que na eventualidade de Lula não poder sair candidato, se tornando inelegível pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), quem assumiria neste caso a candidatura seria uma deles.

No plano local, até o governador Robinson Faria (PSD), candidato a reeleição, encontrou dificuldades para a escolha do companheiro de chapa. Escolhido como vice de Robinson, o presidente da Femurn (Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte), Benes Leocádio foi impedido. A Executiva Nacional de sua legenda, o PTC (Partido Trabalhista Cristão), não avalizou a decisão. Agora ss notícias dão conta de que o empresário mossoroense Tião Couto aceitou na noite deste sábado o convite formulado por Robinson para compor chapa.  A decisão deverá ser oficializada hoje na convenção do PSD em Natal.

O outro candidato que encontrou dificuldades em arranjar um vice, foi Carlos Eduardo Alves (PDT), ex-prefeito de Natal que concorre a sucessão estadual. Diante das dificuldades e, claro, das pressões dos aliados de Mossoró, segundo maior colégio eleitoral do estado, teve que “aceitar” a indicação do filho da prefeita da cidade oestana, Rosalba Cirlini, o jovem Kadu Ciarlini, sem nenhuma experiência política.

Mas a crise dos vices não vem de agora. Da mesma forma que hoje alguns candidatos a cargos majoritários não merecem confiança – deles, dos candidatos a vice -, existem também experiências negativas para o outro lado com seus companheiros de chapa. Veja o exemplo do atual presidente da República, Michel Temer (MDB), que dois anos depois de Dilma Ruosseff (PT) ser reeleita presidenta da República, ele, Temer, deu um golpe para destituir a companheira de chapa do Poder.

No plano local, o hoje governador Robinson Faria, rompeu logo no inicio do governo Rosalba. Depois, recebeu o troco na mesma moeda. O seu vice, Fábio Dantas (PSB) rompeu com ele para tentar sair candidato a governador, que acabou sendo frustrado por falta de apoio.

Como se observa, a crise dos vices se deve mais a falta de credibilidade nos postulantes aos cargos majoritários. Com todo o respeito aos vascaínos, embora seja eu um flamenguista roxo, acho que os candidatos a presidente e a governador com dificuldades em encontrar um companheiro de chapa poderiam ter recorrido a Eurico Miranda, que é vascaíno e sabe muito bem o que é ser vice. Rsrsrs

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