Política

Cunha diz que não tinha ‘relação pessoal’ com vice-presidentes da Caixa e afirma ser alvo de ‘covardia’

Está no G1

Preso em Curitiba (PR), o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) divulgou uma nota nesta quarta-feira (17) na qual afirmou não ter “relação pessoal” com os vice-presidentes da Caixa Econômica, acrescentando ser alvo de “covardia” (leia a íntegra da nota ao final desta reportagem).

Ex-presidente da Câmara, Cunha foi citado por Antonio Carlos Ferreira, um dos quatro vice-presidentes da Caixa afastados por determinação do presidente Michel Temer, na investigação interna contratada pelo banco para apurar suspeitas de corrupção.

Segundo Ferreira, Cunha o pressionava e cobrava, por exemplo, informações semanais sobre operações do banco porque “aquilo ajudaria a rentabilizar seu mandato”.

“Não tenho nenhuma relação ou influência sobre essas nomeações e nem qualquer relação pessoal com eles”, diz trecho da nota de Cunha.

“São falsas as declarações dele [Antonio Carlos Ferreira] em auditoria interna sobre diálogos comigo e desafio a prová-las”, acrescenta o ex-deputado, em outro trecho.

Para Eduardo Cunha, “é muito fácil nesse momento e chega até ser uma covardia” atribuir “fatos inexistentes” a ele visando a encobrir atos de corrupção.

Nomeação de Ferreira

Ainda na nota, Cunha afirmou que a nomeação de Antonio Carlos Ferreira em 2014 coube ao presidente Michel Temer, à época vice-presidente da República, atendendo a um pedido da senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), então deputada federal.

Procurada sobre o assunto, a Presidência informou: “A indicação de Antonio Carlos Ferreira foi feita pela senadora Rose de Freitas.”

Questionada, Rose de Freitas divulgou nota (leia a íntegra mais abaixo) na qual disse que Antonio Carlos Ferreira, antes de ser um dos vice-presidentes da Caixa, foi superintende regional do banco no Espírito Santo por nove anos e, por isso, era conhecido da bancada do estado.

Afastamento dos vice-presidentes

Nesta terça (16), o presidente Michel Temer determinou o afastamento de quatro dos 12 vice-presidentes da Caixa Econômica.

Indicados por partidos políticos, todos eles são investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal por suspeitas de irregularidades no banco.

A decisão do presidente foi anunciada pelo Palácio do Planalto após o Banco Central e o Ministério Público Federal no Distrito Federal recomendarem ao governo o afastamento dos vice-presidentes.

Em ofício enviado a Temer, o MPF informou que, se os vice-presidentes cometessem atos ilícitos, o peemedebista poderia ser responzabiliado, isso porque o Ministério Público já havia pedido o afastamento dos vice-presidentes e a Presidência, rejeitado a recomendação.

Notas

Leia abaixo a íntegra da nota de Eduardo Cunha:

NOTA À IMPRENSA

Com relação as notícias vinculadas sobre o afastamento de 4 vice-presidentes da CEF, tenho a esclarecer:

1 – Não tenho nenhuma relação ou influência sobre essas nomeações e nem qualquer relação pessoal com eles;

2 – Com relação ao Sr. Antonio Carlos Ferreira, o mesmo foi indicado em 2014, quando ocupava o cargo de Superintendente no Espírito Santo, em substituição a Geddel Vieira Lima, pela então Deputada e hoje Senadora Rose de Freitas diretamente ao então Vice-presidente Michel Temer no momento em que eu era líder da bancada do PMDB.

3 – Coube a Michel Temer a sua nomeação à época atendendo a hoje Senadora.

4 – São falsas as declarações dele em auditoria interna sobre diálogos comigo e desafio a prová-las. Estive com ele por duas vezes em 2014 após a sua nomeação, quando me procurou na condição de líder para se por a disposição da bancada por orientação de Rose de Freitas

5 – Michel Temer jamais me relatou qualquer queixa dele sobre mim e não tive qualquer influencia na sua nomeação. Qual a razão dele depender de mim para permanecer?

6 – Ao que parece, o seu atual padrinho seria o ex-ministro Marcos Pereira, onde a atuação dele foi flagrada em gravações de acertos com Joesley Batista, recentemente divulgadas.

7 – É muito fácil nesse momento e chega até ser uma covardia pela minha atual situação me atribuir fatos inexistentes visando a encobrir os seus verdadeiros atos de corrupção envolvendo Joesley Batista.

8 – Quanto as alegações finais do MP sobre o processo da CEF, não existe qualquer prova, somente palavra de delatores e o MP mudou a acusação da denúncia original pedindo a condenação por aquilo que não fui processado. Os meus advogados apresentarão minhas alegações e esse absurdo midiático pedido não prosperará.

Leia abaixo a íntegra da nota da senadora Rose de Freitas:

Nota

Sobre a nota do ex-deputado Eduardo Cunha onde a Senadora Rose é citada:

1) Como coordenadora da bancada do Espírito Santo, e com apoio de integrantes daquele colegiado, a então deputada apoiou a indicação de Antônio Carlos Ferreira a uma Vice-Presidência da CEF.

2) O Sr. Antônio Carlos Ferreira, antes de ocupar uma Vice-Presidência, foi superintende regional da CEF no Espírito Santo por nove anos. Era, portanto, conhecido da bancada capixaba.

Assessoria da Senadora Rose de Freitas

Vitória, 17 de janeiro de 2018

Foto reproduzida da Internet

 

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