Artigo

É preciso ter coragem e fibra para fazer o que as senadoras fizeram sem as luzes da ribalta

por Carlos Alberto Barbosa

O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) disse que nunca presenciou cena semelhante no Senado. E tem razão em ter afirmado isso. Um grupo de cinco senadoras sob o comando da potiguar Fátima Bezerra (PT-RN) teve muita coragem e ousadia para sentar na cadeira do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) e impedir a abertura da sessão que iria analisar a reforma trabalhista, obrigando o parlamentar peemedebista a determinar a suspensão da sessão e o desligamento das luzes da ribalta.

Fátima Bezerra e mais as senadoras oposicionistas Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Regina Sousa (PT-PI), desafiaram os caciques da política tupiniquim e a elite brasileira que querem ver o regime escravocrata de volta a este Brasil varonil. Não, não foi uma cena juvenil ou uma ação chula como muitos pregam. Foi sim uma defesa da classe trabalhadora que o governo golpista, patrocinado pelo Pato Amarelo e determinados segmentos da política brasileira que representam os interesses do empresariado, querem massacrar.

O problema do Brasil é que as oligarquias e a elite não aceitam os avanços sociais conquistados nos governos do PT. Para eles uma empregada doméstica jamais poderia ter direitos trabalhistas. Um negro e ainda por cima pobre jamais poderia ter acesso a universidade. Um operário da construção civil jamais poderia ter o direito de comprar uma moto, tinha que continuar a andar de bicicleta para ir ao trabalho. Famílias de classes menos favorecidas jamais poderiam sonhar em ter uma geladeira em casa. Então, pra acabar com tudo isso e para agradar o Pato Amarelo o meio mais eficaz seria através de uma reforma trabalhista que só viesse a beneficiar o empresário, jamais o trabalhador.

Ora, ora, ora, venhamos e convenhamos, no Brasil de hoje o que se observa é uma luta de classes onde as classes mais abastardas, com o apoio das oligarquias políticas, querem impor aos trabalhadores verdadeiros massacres com o fim de conquistas que vem desde os governos Vargas, sobretudo na área trabalhista. Pensar diferente é ignorar o que vem ocorrendo no Brasil, onde as reformas trabalhista e da previdência sinalizam para isso.

As senadores oposicionistas ao governo golpista deram uma lição hoje àqueles que se recusam a ir as ruas pedir o impeachment do governo golpista – embora reconheçam a corrupção -, e contra as reformas que só vão trazer mais arrocho a classe trabalhadora.

As cinco senadores que ocuparam a mesa diretora do Senado para impedir a sessão do retrocesso têm o meu aplauso. Elas me representam.

Tenho dito!

Foto: Mídia Ninja

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