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A hora é de renovação

A ex-governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria (já falecida), fazia política como quem joga xadrez. Difícil Wilma dar um passo em falso.  Lembro que na sucessão de Garibaldi Alves (PMDB) ao governo do estado, e com o ex-deputado Henrique Alves, primo do então governador, já como pré-candidato, Wilma, então prefeita de Natal, rompeu com os Alves para sair candidata a governadora. A disputa não foi com Henrique, mas sim contra os dois Fernando, o Freire e o Bezerra. Venceu os dois e se tornou governadora do RN sendo depois reeleita. Wilma enxergou a possibilidade de ser eleita na disputa enfrentando dois nomes que não agradava ao eleitor. Wilma só avaliou mal a sua candidatura ao Senado nas últimas eleições, quando perdeu pra Fátima Bezerra (PT-RN). Tivesse saído para deputada federal teria sido eleita, certamente.

Pois muito bem: nas eleições do próximo ano onde estarão em disputa duas vagas ao Senado, com os senadores Garibaldi Alves e José Agripino (DEM) sendo candidatos naturais à reeleição, qualquer nome de respeitabilidade no estado, e nem pra isso tenha que ser político de carreira, pode tentar uma cadeira a senatória. Digo isto em função de que os dois atuais senadores estão enfrentando desgaste político. Garibaldi por pertencer ao PMDB de Michel Temer, cujo governo é só corrupção. Agripino por está sendo investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O senador democrata tem inquérito aberto no Supremo para investigar possíveis crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O STF atendeu a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que acusa o parlamentar de receber propina da empreiteira OAS nas obras de construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014.

É nesta “onda” de desgaste político que é chegada a hora de renovar. As eleições para o Senado, onde estão sendo postas duas cadeiras na disputa, merece uma análise um tanto quanto diferenciada com relação ao governo. Sim, porque apesar dos governadores virem sofrendo também desgaste principalmente pela crise econômica financeira que enfrentam, a situação no Congresso Nacional – Câmara e Senado – merece uma leitura a parte. O Congresso hoje é visto de uma forma, digamos, desacreditada pelo eleitor, tal são as denúncias que dia sim outro sim saem na imprensa contra parlamentares envolvidos na Lava Jato. E este discurso certamente será usado nos embates eleitorais, não tenho a menor dúvida disso.

No Rio Grande do Norte, por exemplo, já começam a surfar nesta onda de renovação no Senado, a deputada federal Zenaide Maia (PR), o ex-presidente do TJ (Tribunal de Justiça), Cláudio Santos, o ex-reitor da UFRN (Universidade Federal do RN), Ivonildo Rego, o empresário Haroldo Azevedo e o ex-secretário estadual de Saúde, Ricardo Lagreca, que recentemente teve o seu nome lembrado por um grupo ligado à UFRN. Vejam que até o ex-governador e ex-senador Geraldo Melo já colocou o seu nome à disposição do PMDB para disputar uma das duas cadeiras ao Senado. Melo também enxerga o momento de poder voltar à vida pública com o desgaste da classe política.

Portanto, nesta corrida ao Senado o cavalo pode está passando celado para àqueles eventuais candidatos as duas cadeiras. E neste caso leva vantagem que tem uma vida pública proba, sem arestas a aparar e mesmo que nunca tenha participado da política-partidária. Lembro que o eleitor brasileiro vota em nomes e não em partidos.

A hora é de renovação!

A conferir!

 

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