Está no G1
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira (21) que o movimento de alta do dólar é “global” e está relacionado com o processo de “normalização” da política monetária dos Estados Unidos, ou seja, com a alta dos juros no país – que atrai recursos para a economia norte-americana.
“É um movimento global e não podemos mudar essa direção [do dólar]. Podemos reduzir o excesso de volatilidade”, declarou o ministro durante teleconferência com a imprensa estrangeira.
Nesta segunda o dólar opera em queda, depois de 6 altas consecutivas. A desvalorização ocorre depois de o Banco Central anunciar que vai aumentar a oferta de dólares [1] e que poderá voltar a atuar no mercado de câmbio, se necessário.
Às 12h10, a moeda dos EUA caía 0,73%, cotada a R$ 3,7136 na venda.
Eduardo Guardia também avaliou que a situação da economia brasileira é diferente de outros países emergentes. Ele observou que o Brasil possui mais de US$ 370 bilhões em reservas internacionais, que tem um déficit baixo nas contas externas (balança comercial, serviços e rendas), financiado totalmente por investimentos estrangeiros, além de inflação e juros básicos baixos.
Segundo ele, para melhorar a situação da economia é preciso seguir na agenda de reformas. O ministro da Fazenda lembrou que o governo já aprovou a reforma trabalhista e acrescentou que é necessário dar continuidade às discussões sobre a reforma da Previdência Social.
Ele citou ainda o processo de privatização da Eletrobras [2], que está na agenda do governo para este ano, além de suas distribuidoras.
Tributação sobre combustíveis
Em meio à alta do preço dos combustíveis no país, reflexo da valorização do petróleo no mercado internacional, o ministro da Fazenda reafirmou que não há espaço para reduzir tributação sobre combustíveis nesse momento. [3]
Caminhoneiros voltaram a protestar [4]contra o aumento do preço do diesel nesta segunda, mesmo dia em que foi anunciada mais uma alta no valor nas refinarias [5], de 0,97% a partir de terça (22). Na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos [6]. A escalada nos preços acontece em meio à disparada nos preços internacionais do petróleo.
Os presidentes do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciaram a convocação de uma comissão geral [7] conjunta no Congresso para debater e buscar soluções para a alta nos preços de combustíveis, principalmente da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
“Não podemos ter redução de tributos nesse momento. Não há nenhuma decisão sobre isso ainda”, declarou Guardia.
Foto: Alexandro Martello/G1
Em tempo: leia artigo do presidente do Conselho Regional de Economia do Rio Grande do Norte (Corecon-RN), Ricardo Valério, sobre o assunto clicando aqui [8]