Editorial

Onde estão os R$ 300 milhões de propina que Palocci diz Lula ter recebido da Odebrecht. Em malas, no sítio de Atibaia? No Triplex ou enterrado no terreno `doado´pela empreiteira?

Alguns questionamentos precisam e deveriam ser feitos pelo juiz Sérgio Moro ao ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que acaba de denunciar Lula na tentativa de diminuição de pena. Lembro que Palocci está preso desde setembro do ano passado e já tem uma condenação a 12 anos de prisão na Lava Jato. Agora está nas tratativas para fazer delação premiada, coisa que virou moda neste país varonil.

Senão vejamos, caro leitor. Palocci afirmou:

  • Que Lula tinha um “pacto de sangue” com Emilio Odebrecht que envolvia um “pacote de propina”: um terreno para o Intituto Lula, o sítio para uso da família do ex-presidente, além de R$ 300 milhões, e que Lula sabia que se tratava de dinheiro sujo.
  • Que as propinas foram pagas pela Odebrecht para agentes públicos “em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, de caixa um, caixa dois”.
  • Que foram pagos R$ 4 milhões da Odebrecht para o Instituto Lula.
  • Que ele e Lula tentaram atrapalhar os trabalhos da força-tarefa da Lava Jato.

Pois muito bem. Se Lula recebeu todos estes “benefícios”, onde estariam os R$ 300 milhões. No sítio de Atibaia, no triplex do Guarujá ou enterrado no terreno doado pela Odebrecht para a construção da nova sede do instituto Lula. Será que os R$ 51 milhões em espécie encontrados num apartamento de um amigo de Geddel Vieira, seriam parte da propina recebida por Lula para satisfazer ao ex-ministro de Temer (PMDB)? Ou Lula tem dinheiro em paraísos fiscais que ninguém descobriu ainda? Nem a interpol?

Outra: Palocci disse em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro que ele e Lula tentaram atrapalhar a Lava Jato. Estranho isso! Ele, Palocci se incriminar também, e olha que isso é muito grave. A pessoa confessar em juizo que tentou atrapalhar uma investigação policial. Diz também que a Odebrecht pagou R$ 4 milhões ao Instituto Lula a fim de que o instituto pudesse construir sua nova sede e sair da crise. Nem o terrenso pertence à Lula nem ao institituo e muito menos foi construído algo no lugar. Dizer que Lula tem laranjas é muito fácil, difícil é provar.

“Tem um episódio, que o Marcelo [ Odebrecht] relatou, que é verdadeiro. É um pedido que eu fiz a ele, de R$ 4 milhões pro Instituto Lula. Isso é verdade.”

Ah, sei. O sujeito quer uma delação premiada e se autoincrimina para comprometer terceiros, no caso Lula.

Palocci contou a Moro que no final de 2010, quando o mandato de Lula estava chegando ao fim, Emilio Odebrecht procurou o ex-presidente para fazer um pacto que envolvia um “pacote de propinas”. Segundo Palocci, a empresa “entrou num certo pânico” com a posse da presidente Dilma.

Fico a imaginar se com Dilma, que era do PT, ou seja, iria dar continuidade aos governos petistas, a Odebrecht “entrou num certo pânico”, como disse Palocci à Moro, imagino, caro leitor, quando da transição dos governos FHC para o primeiro governo Lula. Quantos “pactos de sangue” ou de “propina”teriam havido. Sim, porque pelo o que disse o ex-ministro da Fazenda,  o empresário Emilio Odebrecht  dissera que sua empreiteira entrara em pânico. A se confirmar o que afirmou Palocci ao juiz Sérgio Moro, a Lava Jato deveria investigar também os governos tucanos, até porque eram os empresários que tinham medo do PT e de Lula no governo. Teve empresário que ameaçou até sair do país caso Lula fosse eleito. Temor por temor, deve ter havido então muito “pactos de sangue” com FHC.  Mas, prefiro acreditar que isso é uma delação surrealista.

Ah, antes que esqueça. Condenado por Sergio Moro na Lava Jato, o ex-ministro Antonio Palocci decidiu mudar seu depoimento e incriminar o ex-presidente Lula em uma das ações penais em que ambos são acusados de receber vantagens indevidas da Odebrecht.

Defendido por Adriano Bretas, Palocci tenta, há alguns meses, fechar um acordo de delação premiada, mas Moro e os procuradores têm esnobado as informações, principalmente após o ex-ministro sinalizar que poderia entregar nomes do mercado financeiro e grandes grupos de comunicação.

De onde se conclui que delação premiada pra valer tem que citar Lula, mesmo que seja apenas ilações. Se não for assim não tem valor “jurídico”, digamos.

A conferir!

Foto reproduzida da Internet

 

 

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