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O momento requer cautela, até porque caldo de galinha não faz mal a ninguém. Fato é que os políticos de uma maneira geral estão com o freio de mão puxado. O país passa por momentos difíceis social, econômico e político e, sobretudo, no meio político. O sinal de alerta chegou no amarelo, de atenção. Já disse e repito, a política está vivendo um cenário sombrio, diria até de tensão.

A sociedade está ansiosa por soluções para que se tire o Brasil e estados da grave crise econômica que se instalou. somado a isso, a preocupação com a violência que de forma democrática atinge a todos, ricos, pobres, negros, brancos, sem distinção. A situação é muito preocupante sob todos os aspectos.

Daí dizer que a classe política está reticente neste momento em falar em processo eleitoral. A preocupação maior é com relação aos efeitos dessa crise que ao que parece só faz aumentar. Não é hora de discutir sucessão, até porque o povo está alheio a isso. Cobra-se dos políticos soluções imediatas para a crise econômica e a insegurança. Medidas pontuais vêm sendo adotadas, mas nada que resolva em definitivo estes dois problemas. São apenas paliativos que resolvem num primeiro momento.

O grau de incerteza sobre os próximos capítulos dessa novela chamada Brasil é grande. Não há um lugar nos quatro cantos deste país varonil que a revolta não seja tamanha contra a classe política. E aí vai de políticos da direita e da esquerda. Temo que nas próximas eleições – se houver, e espero que haja – se eleja um Presidente da República com discurso de Salvador da Pátria, o que seria o caos.

O povo está descrédito nos políticos. Não se ver uma liderança política no cenário nacional capaz de recuperar a autoestima do brasileiro no sentido de que dias melhores virão. Lula, esse, até teria essa capacidade, mas querem podar os seus direitos colocando-o na cadeia. As medidas adotadas pelo atual governo que se instalou no Planalto com o discurso de paladino da moralidade, apoiado por parte da população, promovendo um golpe para tirar do poder uma presidenta eleita pelo voto popular, alegando existir corrupção no governo dela e de seu antecessor – Luís Inácio Lula da Silva – foram apenas pra inglês ver. O que se observa é que o próprio presidente – Michel Temer – é motivo de investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e até o Supremo Tribunal Federal. Então, que moral este governo tem? Nenhuma!

Temo, no entanto, que estejamos vendo um filme antigo, com um novo enredo. Lembro que em 1964 surgiu em São Paulo, berço do capitalismo nacional, um movimento denominado de “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, que produziu uma série de manifestações em resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro em 13 de março de 1964, durante o qual o presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base. Congregou segmentos da classe média, temerosos do “perigo comunista” e favoráveis à deposição do Presidente da República. O resultado todos sabemos!

O novo enredo agora tem como script a insegurança e, claro, a corrupção, não mais o comunismo, até porque a guerra fria já acabou faz tempo, embora ainda haja pessoas que temem a palavra comunismo. Acreditam até que comunista come criancinhas como diziam antigamente e que Lula é comunista. Lula nunca leu Karl Max.

Mas, a insegurança e a corrupção não é novidade nenhuma no Brasil. Dados revelam, por exemplo, que o Rio de Janeiro é o décimo estado mais violento do país – não o primeiro para merecer uma intervenção militar – e que a capital fluminense figura como a vigésima capital mais perigosa do país (mortes/habitantes) e não está entre as 30 cidades brasileiras mais violentas (Fonte: Fórum de Segurança Pública).

“A violência não aumentou no último ano no Rio. O tráfico não é o mais violento nem mais organizado do país. Então porque a intervenção militar no Rio?”, perguntou um cidadão de nome Jorge Barros no Facebook.

Apenas a título de reflexão!