Editorial

Reforma da Previdência: quem paga o pato? Ou seria, a quem o pato paga?

O “rombo” da Previdência é usado como artifício para que modificações que venham a prejudicar os trabalhadores sejam, de fato, efetivadas numa reforma que, sequer, atinge a classe política, estas sim, merecedoras de reformas. Sinto a falta do povo nas ruas e avenidas em protestos. Por enquanto apenas manifestações pontuais, mas cadê aqueles que foram pras ruas para pedir o impeachment da presidenta Dilma? Cadê o Pato Amarelo postado na frente da poderosa Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista, símbolo maior das manifestações contra Dilma?

“Sustentar a Previdência passa necessariamente por manter altos os níveis e formalização do emprego. Aprovaram agora o Projeto de Lei da terceirização: imaginemos um mundo de trabalhadores contratados como empreendedores individuais, contribuindo com apenas 5% sobre o salário mínimo para a Previdência. E o empregador, nada.

Em meio a todo esse debate, um Projeto de Lei que pode reduzir a base de arrecadação do sistema previdenciário e elevar o tal “rombo” na Previdência no curto prazo. Interessante isso!”

Vi essas considerações acima nas redes sociais. Pertinentes quando a gente sabe que o “rombo” na Previdência tá no fato de que muitas empresas, muitas delas grandes, recolhem a contribuição previdenciária do trabalhador e não repassam à Previdência. Aliás, algumas até empresas governamentais.

Fato é, caro leitor, que a reforma da Previdência que o governo Temer quer fazer não passa de balela. A “reforma” não vai fazer fazer com que a Previdência arrecade mais, ao contrário. Ela vai apenas oficializar a que as empresas deixem de repassar as contribuições dos trabalhadores, já que com o projeto de terceirização o trabalhador vai contribuir com 5%, e as empresas ficam isentas de recolher e repassar a contribuição ao sistema previdenciário.

Portanto, tá mais do que na hora de se voltar a ocupar ruas e avenidas nos quatro cantos deste país contra a reforma da previdência. Não só isso, contra este governo que a cada dia acaba mais com o Brasil e com a classe trabalhadora.

Daí a pergunta: quem paga o pato? Ou seria, a quem o pato paga para que se promovam estas “reformas”?

Ou vamos pras ruas contra o Pato e contra os corruptos, ou vamos chorar o leite derramado.

A conferir!

Foto: José Cruz / Agência Brasil

 

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