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O Brasil, ou melhor, o Congresso Nacional está prestes a trocar seis por meia dúzia na Presidência da República, o que se pode chamar do golpe do golpe. Primeiro foi o golpe para tirar a presidenta Dilma e pôr fim a Lava Jato. Trama esta articulada pelo PMDB, PSDB e DEM. A trama foi bem sucedida em parte, ou seja, conseguiram afastar Dilma, mas a Lava Jato não conseguiram dar cabo, embora ainda estejam tentando nos bastidores dos poderes.

Agora, com o presidente golpista cercado de denúncias – Michel Temer (PMDB-SP) é o primeiro mandatário da República a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República no exercício do mandato, sendo acusado pelo crime de corrupção passiva como parte do inquérito que investiga o peemedebista por obstrução de justiça e organização criminosa, os aliados do golpe de primeira hora, já vislumbram o descarte do marido de Marcela sem dó nem piedade. Tucanos e democratas já trabalham com a possibilidade iminente de um novo golpe. Desta feita ao presidente que até bem pouco tempo diziam-se fiéis.

Não custa lembrar que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que poderá suceder Temer na Presidência da República, caso o novo golpe se concretize, não está fora da lista de denúncias da Odebrecht.  Maia é suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo inquéritos autorizados pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal e relator da Lava Jato. Ele teria recebido, pelo menos, R$ 1 milhão em três anos eleitorais. Os pedidos de inquéritos partiu do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A Procuradoria Geral da República fez o pedido com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht.

Outra:

De acordo com informações publicadas na última sexta-feira (7) pelo jornal Folha de S.Paulo, há a expectativa de que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) descreva a atuação de Rodrigo Maia para beneficiar setores empresariais em sua delação premiada. O ex-deputado também poderá comentar sobre a utilização de recursos não declarados em campanhas eleitorais do atual presidente da Câmara.

Ainda segundo o jornal, Maia teria dito a colegas que esperava ser citado por Cunha. Na opinião dele, as citações seriam uma “vingança”, já que Rodrigo Maia presidiu a sessão na Câmara que cassou Cunha, em setembro do ano passado.

Se Rodrigo Maia assumir a Presidência da República será o mesmo do mesmo, assim como já havia comentado quando ele assumiu a Presidência da Câmara no lugar de Eduardo Cunha. Clique aqui para ler o meu Editorial quando falei que Maia era igual a Cunha publicado no dia 14 de julho de 2016.

Ah, não custa lembrar ainda que o presidente nacional do DEM, portanto, o partido de Rodrigo Maia, o senador José Agripino Maia – primo em segundo grau de Rodrigo é acusado por um delator de ter recebido R$ 1 milhão fruto de um esquema de fraudes no Detran-RN. Agripino é mencionado em delação premiada feita por um empresário potiguar na Operação Sinal Fechado. George Olímpio disse ter pago propina para aprovar, na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, lei sob medida para os seus negócios no Detran estadual. O senador foi um dos beneficiados, segundo ele. O caso tramita no Supremo como Inquérito 4011, por corrupção passiva. Ele ainda é alvo dos inquéritos 4141 e 4184, por corrupção.

Com a ajuda de parentes, assessores e empresas com as quais tem ligação, o presidente do DEM, teria realizado operações suspeitas no valor de R$ 15,9 milhões entre dezembro de 2011 e novembro de 2014. O indício é de que houve lavagem de dinheiro. A informação está em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e integra inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal para investigar o parlamentar.

Agripino é investigado sob suspeita de ter recebido o dinheiro como propina da OAS, uma das empreiteiras alvo da Lava-Jato. Em troca, o senador teria viabilizado a liberação de recursos do BNDES para a empreiteira, para financiar a construção do estádio Arena das Dunas, em Natal, construído para a Copa de 2014.

Como disse, o novo golpe vai proporcionar ao Brasil o mesmo do mesmo na Presidência da República.

A conferir!

Foto: Beto Barata/PR