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130 anos da Lei Áurea, Casa Grande e Senzala vivem!

A Abolição da escravatura completa 130 anos neste domingo (13). Segundo especialistas, ouvidos pelo portal de notícias G1, período de escravidão e falta de políticas públicas estão por trás de desigualdades atuais. Negros têm índices de educação mais baixos e condições de vida mais precárias, apontam dados do IBGE.

De fato o período escravocrata no nosso país apenas amenizou, mas continua vigorando nesses quase um século e meio após a abolição. Podem até alguns discordarem, mas a época em que os negros conseguiram alguns avanços foram nos governos do PT, sobretudo nos governos Lula, onde foi aprovada a cota racial para acesso as universidades públicas. Pode-se citar ainda os avanços na área trabalhista nesse período, com o direito a carteira de trabalho assinada por empregadas domésticas, onde é verificado um grande número de trabalhadoras negras nessa área.

A desigualdade social é tão gritante que negros ganham R$ 1,2 mil a menos que brancos no Brasil. Especialistas apontam que desigualdades históricas estão por trás das grandes disparidades enfrentadas pelos negros no mercado de trabalho. O menor acesso à educação é um deles, bem como condições de vida mais precárias.

Mas não só isso. Há ainda muita discriminação com relação ao negro (a) no Brasil, seja qual for a situação sócioeconômica da pessoa de cor. Vez por outra se houve falar de relatos que envergonham o nosso país, apesar de ser considerado não racial, mas na verdade o brasileiro é preconceituoso e mantém ainda a relação Casa Grande e Senzala. As discussões nas redes sociais provam isso. O preconceito e o racismo fazem parte da “herança” centenária, que remete ao período da escravidão.

Há exatos 130 anos, a prática de comprar e vender outras pessoas foi abolida do país com a Lei Áurea, assinada no dia 13 de maio de 1888. Os negros, porém, foram escravos no país durante mais de 300 anos, um período marcado por diversas revoltas, mas também pela naturalização da servidão, segundo Maria Helena Machado, professora da Universidade de São Paulo especialista na história social da escravidão.

“No Brasil, a escravidão permeou a sociedade toda. As pessoas viviam com a escravidão de maneira muito naturalizada. Quando uma sociedade é construída sob uma base dessas, a mudança é bastante longa e difícil, é árdua”, diz a professora.

No livro Casa Grande e Senzala, que ficou conhecido mundialmente, escrito pelo sociólogo Gilberto Freyre e publicado ainda em 1933, ele mostra a importância da Casa Grande na formação sociocultural brasileira, assim como a da Senzala na complementação da primeira. Além disso, a obra enfatiza a formação da sociedade brasileira no contexto da miscigenação entre os brancos, principalmente portugueses, dos negros das várias nações africanas e dos diferentes indígenas que habitavam o Brasil.

Embora escrito e publicado no século passado, Casa Grande e Senzala continua atual e vem se acentuando nos últimos anos, principalmente após os governos do PT, onde o negro e o pobre, repito, tiveram oportunidade, mas a sociedade hipócrita, conservadora, machista, preconceituosa, além de racista, embora que não se declare, não aceita isso.

Casa Grande e Senzala vivem!

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