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1ª Turma do STF tem dois votos para condenar Zambelli à prisão e à perda do mandato por invasão a sistemas do CNJ

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O ministro Alexandre de Moraes [1], do Supremo Tribunal Federal (STF [2]), votou nesta sexta-feira (9) para condenar a deputada federal Carla Zambelli [3] (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti pela invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O ministro Alexandre de Moraes [1], do Supremo Tribunal Federal (STF [2]), votou nesta sexta-feira (9) para condenar a deputada federal Carla Zambelli [3] (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti pela invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


`Atuação vil´

No voto, Moraes afirma que a inserção de documentos falsos nos sistemas do CNJ, inclusive um mandado de prisão contra um ministro do STF, é uma “afronta direta à dignidade da Justiça” e compromete “gravemente” a confiança da sociedade na Justiça.

Ele declara também que Carla Zambelli e Walter Delgatti atuaram de forma “completamente absurda” e “vil”.

“É completamente absurda a atuação vil de uma deputada, que exerce mandato em representação do povo brasileiro, e de um indivíduo com conhecimentos técnicos específicos, que causaram relevantes e duradouros danos à credibilidade das instituições, em completa deturpação da expectativa dos cidadãos e violação dos princípios constitucionais consagrados no Brasil”, disse o ministro.

O magistrado disse ainda que Carla Zambelli atuou como “instigadora” e “mandante” dos crimes praticados por Walter Delgatti, o que justifica a pena maior para a parlamentar.

Denúncia da PGR

Na denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Zambelli e Delgatti articularam ataques coordenados contra o sistema do CNJ, com o objetivo de colocar em dúvida a legitimidade da Justiça e incitar atos antidemocráticos.

A acusação é de que Zambelli teria orientado o hacker a invadir o sistema do CNJ para produzir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

“Os desmedidos e seletivos ataques coordenados pela parlamentar denunciada e efetivados pelo denunciado Walter Delgatti Neto possuem gravidade acentuada e tiveram o propósito espúrio de tentar colocar em dúvida a legitimidade e a lisura da Administração da Justiça, como estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas”, afirmou a Procuradoria.

A PGR apontou que a conduta da deputada evidencia um descompromisso com o cargo parlamentar, além da disposição para realizar atividades ilícitas no cargo, e pediu a cassação do mandato.

A Procuradoria disse ainda que os atos praticados por Zambelli e Delgatti ultrapassaram esferas individuais e atentaram contra a segurança e a integridade do Poder Judiciário.

“Há significativos elementos sobre a gravidade das condutas ilícitas dos denunciados, cujos desdobramentos atentaram contra a segurança, o sigilo, a inviolabilidade de dados sensíveis e, ainda, a fé pública do Poder Judiciário”, afirmou a Procuradoria.

O que diz a defesa de Zambelli

A defesa da deputada pediu ao STF que ela seja absolvida no caso. Afirma que não há provas contra Zambelli e que a PGR não conseguiu comprar o envolvimento da deputada na invasão do sistema.

“Destaque-se que o elo entre a incontestável invasão aos sistemas governamentais e o envio dos arquivos falsos para o e-mail da suplicante [Zambelli] é, apenas e tão somente, a palavra de um mitômano, useiro e vezeiro em cometer delitos e que nem sequer foi capaz de apresentar uma única versão dos fatos”.

Os advogados escreveram, ainda que “não havia e e não há prova idônea, séria e coerente no presente caso a admitir decreto punitivo. Não bastam ilícitos indícios”.

Defesa de Delgatti

Walter Delgatti está preso. Adefesa do hacker disse ao Supremo que ele confessou as ações que foram “praticadas única e exclusivamente por conta de uma promessa de emprego pela Deputada Carla Zambelli” e classificou a conduta de grave.

De acordo com os advogados, a deputada foi a “mandante intelectual que ofereceu emprego e outros benefícios a Walter Delgatti”.

Os advogados ressaltaram que ele colaborou com a investigação. “O réu é confesso quanto às acusações de ter invadido os dispositivos citados e tem cooperado ativamente com a Autoridade Policial para a investigação quanto à metodologia utilizada e as razões pelas quais invadiu os dispositivos”.

Foto reproduzida da Internet

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