[1]Na audiência pública realizada nesta quinta-feira (2), na Assembleia Legislativa, médicos e gestores apresentaram um dado alarmante: dados do Sistema Único de Saúde revelam que no Rio Grande do Norte 76% das mortes de recém-nascidos e 80% das mortes maternas são de causas evitáveis. A iniciativa do deputado Hermano Morais (PMDB) deu conhecimento às falhas na assistência básica as gestantes.
– A situação é vergonhosa. Verificamos uma grave falta de atenção básica e de acompanhamento na gestação. Temos que fazer um pacto pela vida, com assistência adequada para garantir a vida das mulheres e crianças potiguares, afirmou Hermano Morais.
A presidente do Comitê Contra a Mortalidade Materno-Infantil do RN, Maria do Carmo Melo, relatou a luta dos envolvidos na causa. “As principais causas de morte materna são as hemorragias que representam 58% e as infecções que representam 21%. Um estudo feito na Maternidade Escola revela que a cada 10 mortes, oito casos tiveram uma gravidez sem qualquer atendimento e ficaram peregrinando nas maternidades sem atendimento. As mães hoje são bolas de pingue-pongue, saem dos municípios sem saber onde vão parir”, afirmou Maria do Carmo.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte desenvolve o “Projeto Nascer com Dignidade”, que tenta diminuir a incidência da mortalidade materno-infantil no Estado.
– Nove municípios concentram 50% de todas as mortes de mães e recém-nascidos. Estas metas foram escolhidas pelo Ministério Público para os próximos dois anos. A Organização Mundial da Saúde afirma que os índices aceitáveis são de 20 óbitos para 100 mil habitantes. Hoje o nosso Estado tem mais de 50 óbitos para 100 mil habitantes, afirmou a promotora Daniele Fernandes.
A promotora cobrou dos gestores a implantação definitiva da Lei Federal que permite a acompanhante durante o parto, que segundo o Ministério Público só é desrespeitado no Estado do Rio Grande do Norte.
A secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Saúde, Ana Tânia Sampaio, afirmou que o governo está comprometido com o Plano Estadual de Combate a Mortalidade Infantil.
– Estamos trabalhando para reorganizar a rede de assistência. E vamos implantar o plano estadual de redução criado em 2008, que prevê erradicar o sub-registro, e projeta a redução de pelo menos 5% da mortalidade materno-infantil, afirmou Ana Tânia.
A secretária de Saúde de Natal, Maria do Perpétuo Nogueira, também anunciou os estudos de um plano municipal para redução da mortalidade materno-infantil.
– Consultores estão vindo a Natal para montar e implementar um plano municipal de redução de mortalidade. Estamos fazendo a reorganização da rede de assistência para reduzir a peregrinação das grávidas na hora do parto, afirmou Maria Nogueira. (Com informações e foto da assecom da AL/RN)
Análise da Notícia
Tão importante quanto a revelação feita pela professora Amanda Gurgel sobre o caos que se encontra a Educação no Rio Grande do Norte e no Brasil, dias atrás em audiência pública na Assembleia Legislativa, foi feita também hoje pela presidente do Comitê Contra a Mortalidade Materno-Infantil do RN, Maria do Carmo Melo, também numa audiência pública no Legislativo estadual para discutir o assunto. Os dados são assustadores. Segundo relatório do SUS, no Rio Grande do Norte 76% das mortes de recém-nascidos e 80% das mortes maternas são de causas evitáveis, ou seja, há um descaso com a saúde em nosso estado porque não evitam essas mortes. O assunto merece uma grande repercussão tendo em vista a gravidade da situação. Espero e desejo que a fala de Maria do Carmo Melo tenha a mesma ressonância que a da professora Amanda Gurgel que comoveu o Brasil com sua indignação. E, claro, isso se deveu em muito ao deputado petista Fernando Mineiro que postou a fala da professora no Youtube. Vamos ver se o discurso de Maria do Carmo foi também ao Youtube.