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por Pedro Breier
É razoável supor que há, dentre o portentoso – e crescente – número de eleitores que pretendem votar em Lula, dois grupos.
O primeiro percebe a sua condenação e prisão como injusta e como um instrumento para retirá-lo da disputa eleitoral. Para este grupo, é óbvio que a insana ofensiva do Judiciário e da grande mídia contra o ex-presidente não tem nada a ver com combate ao crime – e tudo a ver, para ficarmos no jargão global, com perseguição política.
Há aqui também um previsível efeito colateral da eterna campanha antipolítica levada à cabo pela mídia: se política e corrupção são inseparáveis, como quer fazer parecer a lavagem cerebral diária dos jornais e telejornais, melhor votar no corrupto em cujo governo a vida melhorou, não é mesmo?
Mesmo assim, os percentuais de Lula subiram acima da margem de erro nas pesquisas Ibope e Datafolha recém divulgadas. Os adversários estão estagnados. Os números de Lula quase chegam a dar-lhe a vitória no primeiro turno, sendo que ele bate todos os adversários nas simulações de segundo.
Há uma conclusão cristalina que emerge deste quadro.
O povão, por sua vez, é duro de enganar.
Nas urnas, a coisa está cada vez mais complicada para a turma que não é muito chegada nessa coisa de povo e democracia.
*Pedro Breier, colunista d’O Cafezinho, é formado em direito mas gosta mesmo é de jornalismo. Nasceu no Rio Grande do Sul e hoje vive em São Paulo
Charge: Aroeira