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A família Bolsonaro também tem seu PC Farias e seu coronel Lima. O Coaf descobriu!

A senha já foi dada pelo presidente eleito de ultra-direita Jair Bolsonaro:  ‘a questão ideológica é muito mais grave que a corrupção” . Já comentei isso em outra oportunidade, quem acompanha o meu Blog e a coluna que assino no Portal Nominuto.com, certamente observou. Clique aqui [1] pra relembrar. Mas volto ao assunto tão eloquente são as palavras de Bolsonaro para os incautos que depositaram o seu voto nele.

Para os menos avisados digo que, Jair Bolsonaro nem começou o seu governo já apareceu o seu PC Farias [vide Color de Mello] e seu coronel Lima [vide Michel Temer]. Mas , “a questão ideológica é muito mais grave que a corrupção”. Sintomática esta declaração de Bolsonaro, muito sintomática!

Fato é que um relatório produzido pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em desdobramento da Operação Lava Jato no Rio indica movimentação financeira atípica de um ex-assessor do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), que é filho de Jair Bolsonaro e senador eleito. A informação foi revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo na quinta-feira (6).

O ex-assessor parlamentar e policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, de acordo com o relatório do órgão. A reportagem do jornal afirma que uma das transações de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Fabrício de Queiroz trabalhava há mais de dez anos como segurança e motorista do deputado Flávio Bolsonaro, com quem construiu uma relação de amizade e confiança. Veja, caro leitor, Flávio Bolsonaro e Fabrício de Queiroz construíram uma relação de amizade e confiança. Tudo a ver.

No entanto, o escândalo envolvendo a família Bolsonaro citada em reportagem do Estadão, não se esvaíra só no envolvimento do filho com o seu ex-assessor. Veio à tona nesta sexta-feira (7) um fato gravíssimo do relatório do Coaf, que aliás, ficará sob a tutela do superministro da Justiça, Sérgio Moro: o documento cita movimentações entre contas dele [Queiroz] e de sua filha, Nathalia Melo de Queiroz. Ela é nada menos que ex-assessora do próprio Jair Bolsonaro. Há menção no relatório a um valor de R$ 84 mil em uma conta de Nathalia.

A filha foi foi nomeada em dezembro de 2016 para trabalhar como secretária parlamentar no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara. A relação do pai é bem mais antiga. Ele foi funcionário de Flávio Bolsonaro por 11 anos, desde 2007. Estranhamente, no dia 15 de outubro deste ano, ambos foram exonerados, conforme noticiou o jornalista Fausto Macedo [2].

A história da relação Bolsonaro-Queiroz é ainda mais longa que o simples vínculo empregatício do PM na Assembleia Legislativa do Rio, conta o jornalista Mauro lopes, editor do site Brasil 247.

Segundo lopes, há 15 anos, em outubro de 2003, Flávio apresentou na Assembleia moção de louvor e congratulações a Queiroz -portanto, já havia uma relação de apreço e intimidade na ocasião. Três anos depois, outro dos agora primeiros-filhos, Carlos, foi ainda mais longe: ele fez a Câmara de Vereadores aprovar um requerimento seu para que Queiroz recebesse a medalha de mérito Pedro Ernesto, principal honraria concedida pela cidade do Rio.

É relação antiga, de confiança, de prestação de serviços. Até a quinta-feira (6), o escândalo havia se insinuado à porta do gabinete do presidente eleito. Agora, com a filha de Queiroz, a crise está instalada dentro do gabinete – e da casa do casal Jair-Michelle.

Como se comportarão as autoridades? Que investigações serão feitas? Como se comportará Sérgio Moro que terá o Coaf e a PF sob seu comando a partir de janeiro e estará cercado por integrantes do Ministério Público?

Bom que se diga que o documento do Coaf que mapeou, a pedido do MPF (Ministério Público Federal), as movimentações financeiras dos servidores da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), foi anexado na investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais fluminenses.

O rastro do dinheiro está aí, à vista de todos. E cheira mal.

Foto reproduzida da Internet

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