A tensão entre Jair Bolsonaro e seus apoiadores é grande diante da possibilidade do ex-ministro Anderson Torres, preso há quase cinco meses, acusado de omissão e conivência com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, ocorridos em Brasília, aceitar delação premiada.
Anderson teve a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral e integrante do STF em janeiro, logo após a posse do presidente Lula (PT), com a invasão do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal por bolsonaristas radicais patrocinados por políticos e empresários inescrupulosos.
Embora políticos ligados a Bolsonaro tentem acalmar os ânimos de Anderson Torres, como os senadores Rogério Marinho, líder da oposição, Magno Malta e Jorge Seif, o último chegando a postar um vídeo afirmando
emocionado, que ver Torres na prisão foi “de arrebentar o coração” e que o ex-ministro de Bolsonaro “está na lama, detonado”, a situação é cada vez mais delicada.
Depressivo, Anderson Torres, se tornou o “homem-bomba” do ex-governo Bolsonaro que pode detonar a qualquer momento. A situação de Torres se complica cada vez mais. O jornalista Lauro Jardim, de O Globo, diz que o ex-ministro vai sofrer dois processos da Polícia Federal (PF), corporação a qual é delegado. No primeiro deles, seu salário, que é de cerca de R$ 30 mil poderá ser cortado. O segundo e mais definitivo, é a sua expulsão definitiva da corporação.
A tensão aumentou mais ainda com a prisão do ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Jair Bolsonaro , tenente-coronel Mauro Cid. Uma das investigações é sobre live transmitida por Bolsonaro em 4 de agosto de 2021, em que o ex-presidente divulgou dados sigilosos de um inquérito da Polícia Federal que investigava um ataque hacker ao Supremo Tribunal Federal. Foi descoberto em seguida que Cid teve influência no episódio.
A segunda investigação diz respeito à live de fevereiro de 2022 em que Bolsonaro relacionou as vacinas contra Covid-19 à contaminação por HIV+. Neste episódio, em que Bolsonaro é acusado de crime contra a saúde pública, Cid foi apontado como integrante das chamadas milícias digitais. Em setembro, ele teve o sigilo bancário quebrado e foram investigadas suas transações financeiras.
Portanto, temos aí nitroglicerina pura.
A conferir!
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil