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O presidente do Panamá [1], José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta-feira (6) que vai retirar o país da “Nova Rota da Seda”, um megaprojeto da China [2] que financia obras de conectividade e a cooperação econômica com outras nações em troca de tentar aumentar a influência chinesa no mundo.
A iniciativa foi criada em 2013 e tem um orçamento trilionário para construir e reformar estradas, ferrovias, portos, aeroportos, redes de energia e telecomunicações — na América Latina, está em 21 países, mas o Brasil não aderiu (leia mais abaixo).
A saída do Panamá [1] ocorre sob pressão do presidente americano, Donald Trump [3], que ameaçou tomar o controle do Canal do Panamá [1] com a desculpa de que o local estaria sob domínio chinês.
Mulino afirmou que a embaixada do Panamá [1] em Pequim “apresentou o documento correspondente” para “anunciar o cancelamento com 90 dias de antecedência”, como estabelece o acordo.
Ele negou exigência dos Estados Unidos [4] — na semana passada, o secretário de Estado dos Estados Unidos [4], Marco Rubio, se reuniu com presidente panamenho na Cidade do Panamá [1].
“Essa é uma decisão que tomei”, disse Mulino.
Também conhecida como “Cinturão e Rota”, a “Nova Rota da Seda” — em alusão à famosa rota comercial que ligava a Ásia à Europa até o século XVI — foi lançada em 2013, mas vem se fortalecendo nos últimos anos.
O programa tem um orçamento de trilhões de dólares, um dos maiores dentro do governo chinês. Atualmente, a China [2] tem projetos ou investimentos em 150 países do mundo, 53 deles na África.
Apesar de já estar presente em 21 países da América Latina, o programa ainda não entrou no Brasil. Diplomatas chineses, segundo fontes ouvidas pela BBC, vêm pressionando o governo brasileiro sobre uma adesão [5]desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, em 2023.
O Itamaraty já afirmou que, como o Brasil tem já uma série de investimentos chineses, não haveria necessidade de uma entrada formal no programa.
Foto: Portos e Navios