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As vivandeiras do Poder querem retornar ao Poder

por Carlos Alberto Barbosa

Não é novidade nem uma situação específica da política papa-jerimum. Trata-se mesmo de um afago ao Poder, ou melhor, uma afeição que propicia um bem ou prazer (espiritual, moral, afetivo, físico). Estou falando do apego que os políticos sentem pelo Poder, sobretudo, as oligarquias que só mudou de nome no Nordeste, antes coronelismo.

Pois muito bem: nas eleições deste ano no Rio Grande do Norte temos um ex-governador, Geraldo Melo (PSDB), que parecia ter colocado o pijama, mas que volta a ribalta como candidato ao Senado. Detalhe: exigiu do governador Robinson Faria (PSD), candidato a reeleição, que só ele e somente ele fosse o candidato governista ao Senado, quando se tem duas vagas a serem ocupadas nesta eleição. O governador, sem candidato, aceitou a imposição, obviamente, até para preencher o horário eleitoral numa coligação com os tucanos. Logo Melo, que deixou o seu governo com cinco meses de atraso salarial do funcionalismo público. Os mais velhos devem se lembrar que os servidores públicos tinham que enfrentar quilométricas filas no entorno do antigo estádio Machadão, para pegar os contracheques, e depois ir a uma agência do antigo Bandern (Banco do Estado do Rio Grande do Norte) para sacar seus salários. Este mesmo Sr. quer retornar ao Poder como senador.

O outro político que não quer deixar a mamata do Poder, é o senador José Agripino Maia (DEM), que embora réu na Lava Jato vai submeter o seu nome a deputado federal, alegando que abdicou do Senado para ajudar o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), a se eleger governador. O que tem a ver uma coisa com outra? Nada, né? Está claro que uma campanha à Câmara dos Deputados fica mais fácil de se eleger para tentar manter a “imunidade parlamentar”, do que arriscar a reeleição a um cargo majoritário. O negócio, como se observa, é o Poder para se livrar de uma possível sentença. Não custa lembrar: Por três votos a dois, a 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu em junho último aceitar denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) e abrir um processo penal contra o senador José Agripino Maia. A decisão tornou o parlamentar réu pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade documental. O parlamentar nega as acusações.

Essa é a segunda vez que Agripino Maia se torna réu no STF por corrupção. Em dezembro, a 1ª Turma do STF aceitou denúncia de corrupção contra o senador e o tornou réu em processo que o acusa de ter influenciado a mudança de parecer do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte com o objetivo de conseguir liberar o financiamento da construtora OAS para a obra do estádio Arena das Dunas.

Em tempo: A título de lembrança aos leitores do Blog, reporto-me a um causo retratado na coluna Baú de um Repórter ainda em 2009, em que os dois políticos citados no texto viraram notícias de forma não muito elegante, digamos assim: Clique aqui [1] para ler o causo citado.

Foto reproduzida da Internet

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