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O ataque dos Estados Unidos [1] contra instalações do Irã no sábado (21) atrasou o programa nuclear do país “em apenas alguns meses’, segundo reportagem do The New York Times. O jornal cita um relatório preliminar americano obtido por fontes da inteligência sob condição de anonimato.
De acordo com o documento da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês), obtido pelo jornal, os ataques selaram as entradas de dois dos três locais atingidos — Fordow, Natanz e Isfahan — mas não chegaram a colapsar suas estruturas subterrâneas, onde estão parte dos principais laboratórios do programa nuclear iraniano.
A eletricidade e parte do maquinário foram danificados, mas a estrutura física das instalações continua de pé, segundo fontes de defesa dos EUA e de Israel. Para que os danos fossem mais duradouros, seriam necessárias múltiplas rodadas de ataques, disseram militares americanos.
Logo após o bombardeio, o secretário de Defesa dos EUA, Peter Hegseth, disse que o ataque “foi concluído com sucesso” e que foi o “último golpe no programa nuclear iraniano” [2]. “Ficou claro que devastamos o programa nuclear iraniano”, disse ele.
Segundo o relatório, diz a reportagem, antes dos bombardeios, as agências de inteligência estimavam que, caso decidisse produzir uma arma nuclear, o Irã levaria cerca de três meses para conseguir um “artefato básico”. Após os ataques americanos e israelenses às instalações, essa previsão foi estendida para “um prazo inferior a seis meses”.
A estimativa considera que o Irã ainda possui controle sobre quase todo o seu estoque de urânio enriquecido, que foi deslocado antes da ofensiva, aponta o “The New York Times”. Fontes da inteligência americana afirmam que parte desse material pode ter sido transferida para instalações secretas de enriquecimento, fora do alcance das bombas.
Relatório contradiz governo americano
A reportagem afirma que o relatório indica que o impacto da operação foi menor do que o anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse ao “The New York Times” que a avaliação “está completamente errada”.
“Todo mundo sabe o que acontece quando você joga 14 bombas de 30 mil libras perfeitamente nos alvos: destruição total”, disse Leavitt em comunicado.
Apesar do discurso oficial, autoridades americanas admitem, nos bastidores, que os danos foram significativos, mas insuficientes para impedir o Irã de retomar seu programa nuclear em curto prazo.
Ataques com avião mais caro do mundo
Na operação chamada de “Martelo da Meia-Noite, ois EUA usaram aviões B-2 Spirit, um dos veículos militares mais avançados do país, com custo estimado de US$ 2,1 bilhões por unidade.
Com tecnologia de ponta, ele é capaz de atravessar sistemas sofisticados de defesa aérea, além de conseguir atingir com precisão alvos fortificados, como as instalações nucleares subterrâneas do Irã.
As aeronaves usaram bombas “bunker buster”, feitas para destruir bunkers, que pesam 13 toneladas, que penetram a uma profundidade de 60 metros de concreto armado.
Foto: Maxar Technologies via CNN Newsource