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Ato falho: Bolsonaro diz que ‘não teve nenhum acordo, nada’, sobre indicação de Sérgio Moro ao STF

Está no G1

O presidente Jair Bolsonaro [1]afirmou nesta quinta-feira (16) que não há um acordo com Sérgio Moro [2] para que o atual ministro da Justiça aceitasse o cargo [3] no governo em troca de uma futura indicação para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF [4]).

No último fim de semana, Bolsonaro afirmou que pretende honrar um “compromisso” firmado com Moro e indicá-lo para o tribunal [5]quando surgir a primeira vaga. O ministro Celso de Mello [6], o mais antigo da Corte, se aposentará no fim do ano que vem, quando completará 75 anos. “A primeira vaga que tiver, eu tenho esse compromisso com o Moro e, se Deus quiser, cumpriremos esse compromisso”, disse Bolsonaro no fim de semana.

Nesta quinta, durante a transmissão de uma “live” por uma rede social, o presidente afirmou o seguinte:

“Questão do Moro no Supremo Tribunal Federal: quero deixar bem claro. Quem me acompanhou ao longo de quatro anos pelos Brasil, eu sempre falava o quê? ‘Precisamos de alguém no Supremo com o perfil do Sérgio Moro’. Isso que foi falado. E agora, por exemplo, perguntaram para mim: ‘Se tivesse que indicar hoje alguém para o Supremo?’ Eu indicaria o Moro. Não teve nenhum acordo, nada.”

E completou: “Nunca ninguém me viu com o Moro, a não ser, muito pelo contrário. Me viu numa imagem no aeroporto, um ano e pouco antes das eleições, onde ele me cumprimenta muito rapidamente e vai embora”.

O que diz Sérgio Moro

Nesta quarta (15), em entrevista à GloboNews [7], Sérgio Moro disse que, quando foi convidado por Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, abriu mão de 22 anos de magistratura e, na opinião dele, Bolsonaro sentiu ter um compromisso de indicá-lo para a Corte.

Acrescentou, em seguida, que não colocou a indicação como condição [8]para integrar o governo. Segundo Moro, se Bolsonaro decidir indicá-lo, avaliará se aceita ou não.

“Quando nós conversamos, bem, eu estava abandonando 22 anos de magistratura e aqui no Brasil é um caminho sem volta, é um certo sacrifício. […] Eu acho que o presidente, tendo em vista essa situação, se sentiu com esse compromisso de oferecer essa vaga quando surgir no futuro. Mas eu jamais estabeleci isso como condição”, declarou o ministro.

Moro afirmou ainda que nem ele nem o presidente mentiram, mas fizeram a mesma afirmação de formas diferentes.

“Nem eu nem o presidente faltamos com a verdade, o que existe é outra forma de dizer a mesma coisa. […] O meu foco hoje é outro, estou focado no ministério. Não existe vaga [no STF] no momento. Surgindo, se meu nome for lembrado, ótimo. Se o presidente quiser manter o convite, e fizer o convite, vou avaliar se aceito ou não. Claro que seria uma grande honra, mas isso será no futuro”, completou.

As declarações

12/5 – Bolsonaro [5]: “Eu fiz um compromisso com ele, porque ele abriu mão de 22 anos de magistratura. Eu falei: a primeira vaga que tiver lá, vai estar à sua disposição. Obviamente ele teria que passar por uma sabatina no Senado. Eu sei que não lhe falta competência para se aprovado lá. Mas uma sabatina técnico-política, tá certo? Então, eu vou honrar esse compromisso com ele, caso ele queira ir para lá. Ele seria um grande aliado não do governo, mas dos interesses do nosso Brasil dentro do STF”.

13/5 – Moro [9]: “Ele [Bolsonaro] foi eleito, fez o convite publicamente, fui até a casa dele no Rio de Janeiro. Nós conversamos e nós, mais uma vez publicamente, eu não estabeleci nenhuma condição. Não vou receber convite para ser ministro e estabelecer condições sobre circunstâncias do futuro que não se pode controlar”.

15/5 – Moro [8]: “Quando nós conversamos, bem, eu estava abandonando 22 anos de magistratura e aqui no Brasil é um caminho sem volta, é um certo sacrifício. […] Eu acho que o presidente, tendo em vista essa situação, se sentiu com esse compromisso de oferecer essa vaga quando surgir no futuro. Mas eu jamais estabeleci isso como condição”.


16/5 – Bolsonaro: “Questão do Moro no Supremo Tribunal Federal: quero deixar bem claro. Quem me acompanhou ao longo de quatro anos pelo Brasil, eu sempre falava o quê? ‘Precisamos de alguém no Supremo com o perfil do Sérgio Moro’. Isso que foi falado. E agora, por exemplo, perguntaram para mim: ‘Se tivesse que indicar hoje alguém para o Supremo?’ Eu indicaria o Moro. Não teve nenhum acordo, nada. Nunca ninguém me viu com o Moro, a não ser, muito pelo contrário. Me viu numa imagem no aeroporto, um ano e pouco antes das eleições, onde ele me cumprimenta muito rapidamente e vai embora”.

Foto reproduzida da Internet

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