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Atos contra blindagem e anistia deixam Câmara exposta, e bolsonarismo admite tiro no pé

Está no Blog da Andréia Sadi

As manifestações de domingo (21) contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) [1] que blinda parlamentares de processos e a anistia deixaram a Câmara dos Deputados exposta. Os atos, que aconteceram em todas a capitais [1], foram uma resposta à aprovação da PEC da Blindagem e da urgência do projeto de lei da anistia.

Essas votações, por sua vez, foram pautadas pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB)  [2]para cumprir um acordo firmado com os bolsonaristas e com o Centrão que, em agosto, fizeram um motim e tomaram as mesas diretoras da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – acordo esse alinhavado por Arthur Lira (PP-AL), expoente do Centrão, ex-presidente da Câmara e fiador do mandato de Motta no comando da Casa.

O Centrão quer aprovada a PEC da Blindagem para tentar barrar as investigações contra parlamentares [3], principalmente as relacionadas a emendas. Há mais de 80 deles na mira de apurações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os bolsonaristas, por sua vez, querem anistiar Bolsonaro. [4]

Os grupos, então, resolveram juntar forças e, na semana passada, conseguiram pautar tanto a PEC quanto a urgência para a anistia [5] — o que permite que o tema vá direto à votação no Plenário, sem passar pelas comissões.

A repercussão negativa das aprovações, entretanto, tirou qualquer chance de a PEC da Blindagem ser aprovada pelo Senado — pelo menos por ora.

A manobra de pautar de forma seguida a PEC da Blindagem e a urgência da Anistia não agradou o ex-secretário de Comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, que fez uma postagem em seu perfil no X para falar sobre o tema.

A junção das pautas da “PEC da Blindagem” com a da Anistia merece TODOS os prêmios de marketing às avessas […] É imprescindível que a Direita levante um muro imediatamente, recolocando a ANISTIA num patamar alto e independente, disse o advogado e aliado de Bolsonaro.

Mesmo senadores que, em reservado, diziam não saber como se posicionariam agora dão como certo que votarão contra.

Além disso, mostrou que a ideia de atrelar a tramitação da anistia à blindagem foi, nas palavras de um aliado de Bolsonaro, um tiro no pé.

Isso porque não só os dois projetos correm, agora, risco maior de serem enterrado — no caso da PEC — e enfraquecido — no caso da anistia —, mas também porque deixou de herança o desgaste de tentar aprovar duas medidas amplamente impopulares, além do carimbo de que a direita patrocinou o movimento de blindagem a parlamentares.

Foto: Portal 360

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