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Barrar a Lava Jato fazia parte do script do golpe

Considerado um dos homens mais próximos do presidente em exercício Michel Temer (PMDB-SP), o senador licenciado e nomeado ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR), foi pego, como diz o matuto, com a “boca na butija”.

A Folha de S. Paulo informou nesta segunda-feira (23) que, em diálogo com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, Jucá sugere um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato. Mais cedo, em entrevista coletiva, Jucá havia dito que não tinha nada a temer e não pretendia deixar o comando do ministério. Bom que se diga que Jucá é um dos ministros de Temer que vem sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal por suposto envolvimento na Lava Jato.

Aos incautos devo dizer que o script do golpe já não era nenhuma novidade. Amigo de Michel Temer, o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, nome que chegou a ser cotado para comandar o Ministério da Justiça, há cinco meses, em janeiro, pra ser mais preciso, empurrou o seu prestígio para dentro de um manifesto com críticas pesadas à Lava Jato.

Subscrito por mais de uma centena de advogados, o texto se refere à operação que investiga o maior caso de corrupção já descoberto no país como “uma espécie de inquisição.” Acusa a força-tarefa que cuida do caso de praticar “violações de regras mínimas para um justo processo”.

Antonio Mariz reiterou em entrevistas as críticas despejadas sobre o manifesto. Como a lembrança do seu manifesto não suou bem aos ouvidos da sociedade, Michel Temer recuou e não o convidou para ministro da Justiça.

Assustada com a repercussão devastadora das gravações de Romero Jucá, em que o braço direito de Michel Temer revela que o impeachment nada mais foi do que uma trama para deter a Operação Lava Jato dizendo para “parar essa porra” e “estancar a sangria”, o jornal O Globo, segundo o portal 247, publicou um Editorial extemporâneo na tarde de hoje em seu site para cobrar do presidente interino a demissão do ministro.

Não vamos tapar o sol com a peneira. Romero Jucá, frequentador assíduo do Palácio do Jaburu dias antes que antecederam o impeachment da presidenta Dilma (PT), era o intermediário entre o PMDB do Senado e o PMDB da Câmara. Os negócios do petrolão alimentavam a ambos.

Como se observa, o script do golpe saiu pela culatra. Ou melhor, para usar um termo bem em voga, vazou.

Resta saber se o Supremo agora, como fez com Delcídio do Amaral (sem partido), que foi acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato, vai mandar prender Romero Jucá?

E claro, se os que cobram a moralidade na política brasileira vão agora as ruas pedir o afastamento do presidente Temer.

A conferir!

Foto reproduzida da internet

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