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Brasil deixou de assinar comunicado sobre Venezuela porque texto não criticou militares estrangeiros no Caribe

Está no g1

Integrantes da diplomacia brasileira lamentaram a decisão dos países do Mercosul de emitir um comunicado exigindo a “restauração da democracia” na Venezuela. A iniciativa foi liderada pela Argentina de Javier Milei [1] durante a cúpula do Mercosul [2], em Foz do Iguaçu (PR).

Fontes do Ministério das Relações Exteriores [3] afirmam que um texto a respeito da situação política no país vizinho vinha sendo negociado entre os países do bloco há semanas.

Segundo interlocutores do Itamaraty, o Brasil aceitava incluir no comunicado os pontos relativos aos direitos humanos e à crise humanitária instalada na gestão do presidente venezuelano Nicolás Maduro [4]. No entanto, o país defendia equilíbrio na posição do bloco.

Esse equilíbrio significaria incluir no documento oficial um parágrafo afirmando que a presença de forças militares internacionais no Caribe representa uma grave ameaça à soberania da região — em referência à presença dos Estados Unidos na área.

Porém, os demais países não aceitaram incluir o trecho com esse alerta. Diante do racha, o Brasil se ausentou da construção do texto final. O Uruguai também não assinou o documento.

O governo brasileiro avaliou que a adesão poderia ser entendida como uma chancela às ações americanas, que até agora incluíram o confisco de navios petroleiros venezuelanos e bombardeios de barcos no Caribe.

“Sabíamos que eles fariam o documento. É um direito deles. Mas como a posição do Brasil já era conhecida, não fomos consultados sobre a linguagem. Lamentamos que não houve o tradicional comunicado do Mercosul Estados Partes e Associados”, disse um diplomata que acompanhou as negociações.

Desde agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra para o mar do Caribe, além de caças e um submarino nuclear.

Questionado, o Itamaraty não se manifestou sobre o episódio.

Foto reproduzida da Internet

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