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O Brasil votou contra uma resolução da Organização das Nações Unidas [1] que condena e pede o fim do embargo dos Estados Unidos [2] a Cuba [3], alterando uma posição diplomática adotada desde 1992, quando se votou pela primeira vez pela condenação ao embargo.
A resolução foi votada nesta quinta-feira (7) na plenária da Assembleia-Geral da ONU e foi aprovada por 187 votos a favor, 3 contra, e 2 abstenções. Além do Brasil, os únicos países que votaram contra a resolução foram Israel e os próprios Estados Unidos. Colômbia e Ucrânia se abstiveram.
A mudança da posição brasileira segue o princípio de alinhamento do governo de Jair Bolsonaro [4]com o do presidente dos EUA, Donald Trump [5]. O G1 pediu ao Itamaraty detalhes sobre o voto do Brasil e não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
A resolução condenando o embargo é apresenta pela Assembleia-Geral desde 1992. Em 2018, foi aprovada por 189 países, com votos contrários apenas dos Estados Unidos e de Israel, e sem os votos de Moldávia e Ucrânia.
Bolsonaro tem criticado a política anterior do Brasil em relação a Cuba e disse que iria investigar empréstimos do Brasil à ilha. Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, em setembro, o presidente brasileiro afirmou que um plano de Castro, Hugo Chávez e Lula para estabelecer o socialismo na América Latina ainda está vivo e precisa ser combatido.
O que é o embargo econômico a Cuba?
O embargo que os EUA mantêm contra Cuba impede a maioria das trocas comerciais. Por meio de duas leis, uma de 1992 e outra de 1996, Washington proíbe envio de alimentos ao país caribenho (exceto em casos de ajuda humanitária) e torna passível de punição judicial empresas nacionais e estrangeiras que tenham relações financeiras com a ilha.
De forma mais ampla, o embargo econômico norte-americano a Cuba existe desde 1962. As primeiras medidas começaram antes mesmo, em 1960 – um ano após Fidel Castro tomar o poder.
O embargo é renovado anualmente por uma legislação que data de 1917 chamada Lei de Comércio com o Inimigo. Ela deu origem, em 1963, ao embargo contra a ilha comunista, conhecido oficialmente como “Regulação de Controle dos Bens Cubanos”.
O governo de Barack Obama [6] (2009-2017) chegou a reatar relações com Cuba [7] e, em votação histórica, os EUA se abstiveram na sessão na ONU [8]sobre condenação ao embargo. No mandato de Trump, porém, as sanções ao país comunista foram ampliadas [9].
Foto: AP Photo/Desmond Boylan