por Carlos Alberto Barbosa
Ao escrever esta missiva pública aos edís de Natal, recorro ao colega e amigo, jornalista Aluísio Lacerda, quando na época do extinto Diário de Natal, ele na condição de diretor de redação costumava dizer aos repórteres de política – me incluo aí – para ter equilíbrio nos textos, ou seja, “nem tanto ao céu, nem tanto ao mar”.
Recorro a Aluísio Lacerda, um dos profissionais do jornalismo potiguar mais equilibrado que já conheci, com sua calma e tranquilidade que chamava a atenção dos repórteres de forma sutil, porquanto os nossos vereadores querem cassar a colega petista Brisa Bracchi por ter doado R$ 18 mil em emenda impositiva para promover um evento cultural, que segundo alguns vereadores era para enaltecer a prisão do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PL). Equilíbrio Srs vereadores (as), equilíbrio!
Ora, ora, ora, como você pode controlar uma manifestação pública num evento cultural? Já presenciei manifestações públicas no Teatro Riachuelo, uma casa de shows em que o público dizia “não a anistia” para Bolsonaro. Também na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ídem. O povo é livre, Srs vereadores (as).
Se acontecer a cassação da vereadora petista Brisa Bracchi é puro casuísmo. Trata-se de um argumento ou medida fundamentada em raciocínio enganador ou falso, Aliás, a sessão que iria decidir pela cassação ou não da vereadora seria realizada nesta terça-feira (18), mas por decisão judicial foi suspensa.
O desembargador Cornélio Alves “deferiu parcialmente” sua decisão na necessidade de garantir o contraditório e a ampla defesa.
No documento, o magistrado destacou que o descumprimento dos prazos regimentais representa “violação formal grave que prejudica a preparação da defesa e macula o procedimento administrativo”.
De acordo com informações que constam no pedido feito pela vereadora à Justiça, a convocação para a sessão de julgamento do Processo nº 116/2025 foi realizada via WhatsApp no domingo (17) às 13h27, segundo consta nos autos.
Uma situação totalmente atípica com o intuito de acelerar a perda do mandato conseguido através do sufrágio popular nas urnas. Bom que se diga que o presidente da Câmara Municipal do Natal, Eriko Jácome, ao remarcar a sessão para esta quarta-feira (19), em nota, reconheceu o vício específico para algo indecoroso ou nocivo por essa tendência motivada. Segundo o texto, agora a Câmara Municipal do Natal reconhece que “a medida visa assegurar o integral cumprimento da legislação federal aplicável ao processo de cassação de mandato eletivo, bem como o respeito ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, garantindo segurança jurídica e transparência aos atos parlamentares”.
O pior, meus caros vereadores (as), é a defaçatez com que alguns edís se dirigem aos eleitores (as), para dizer da satisfação em cassar a colega, caso do vereador Albert Dickson que afirmou que irá à Câmara para votar e “tirar Brisa” da Casa “até no feriado”. Por que essa íra e esse ódio, contra a petista?
Equilíbrio vereadores (as), equilíbrio!
Foto: O Poti
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