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Caso em investigação no RN para possível coronavírus é excluído pela Sesap

Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (14), a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) excluiu completamente a possibilidade de que o Rio Grande do Norte tenha caso suspeito de coronavírus. A investigação epidemiológica, a partir dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS), conclui que o quadro clínico de um homem encaminhado, no último dia 12, ao Hospital Giselda Trigueiro, em Natal, não é relacionado ao coronavírus (COVID-19).

“O caso que estava sob investigação, que nunca chegou a ser caso suspeito, foi descartado, de acordo com todos os critérios e toda a investigação realizada. É importante ressaltar o papel da saúde pública e do SUS, dos profissionais que fazem a atividade de vigilância, que mostrou que estamos mobilizados e qualificados para enfrentar estas situações”, disse o secretário estadual de saúde pública, Cipriano Maia.

O fluxo para investigação inicia na apresentação do quadro sintomático (febre, tosse e quadro respiratório), a unidade de saúde comunica ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS), que imediatamente aciona o Ministério da Saúde (MS). O caso só é definido como suspeito em conjunto com o MS, que avalia o quadro clínico e o vínculo epidemiológico do paciente.

De acordo com Alessandra Lucchesi, subcoordenadora de vigilância epidemiológica da Sesap, a notificação do caso foi recebida no dia 12, por volta das 19h. A investigação teve início devido ao quadro respiratório e o vínculo que o paciente afirmou que teria tido com chineses.

“Em parceria com as secretarias de saúde de Natal e Tibau do Sul o curso da investigação foi para estabelecer o período do contato, o dia de início de sinais e sintomas, o período de exposição ou possível período de incubação e, principalmente analisar o período no qual o paciente inferiu estar manifestando sinais e sintomas”, disse Alessandra.

Todo um aparato intersetorial foi mobilizado a fim de obter as informações reais da situação. Outras secretarias, entre elas a de Turismo, representada pela Empresa Potiguar de Promoção Turística, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária foram acionadas a fim de checar informações de possíveis chegadas ou trajetos de chineses no Rio Grande do Norte, além da investigação local no município de Tibau do Sul sobre hospedagem.

“As informações iniciais que tínhamos eram pouco precisas e precisavam de uma investigação maior. A equipe de vigilância se resguardou dos rumores das redes sociais para permanecer no processo de investigação sem juízo de valor”, completou a subcoordenadora de vigilância epidemiológica.

Para Juliana Araújo, diretora de vigilância em saúde de Natal, a população precisa ter responsabilidades frente a qualquer denúncia. “Isso gera ônus para o serviço e para as instituições públicas. As informações precisam ser padronizadas, não podemos propagar informações sem consistência e devemos sempre procurar os veículos oficias do governo”, frisou.

A gerente de promoção internacional da Emprotur, Nayara Santana, afirmou que nos últimos meses não há registros de turistas chineses no RN. “Conseguimos confirmar por meio dos registros de hospedagem e também no levantamento migratório da Polícia Federal que não há registro da presença de chineses no estado”.

Caso clínico

O diretor geral do Hospital Giselda Trigueiro informou sobre o descarte do diagnóstico para o coronavírus. “O paciente tem um quadro respiratório que já está sendo tratado, mas que não tem importância epidemiológica internacional. Sobre outras questões da vida pessoal dele, não podemos comentar”.

O secretário estadual de saúde, Cipriano Maia, afirmou que existe um Regimento Sanitário Internacional e que uma investigação civil será solicitada e, caso seja comprovado ato ilícito, a polícia civil irá tomar as medidas cabíveis. “Em outros estados já aconteceu a responsabilização civil e criminal. Precisamos ter mais cuidado ao checar as informações, buscar canais oficiais e estabelecer canais de informação de forma democrática e pública”.

Foto: Ascom/Sesap

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