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Caso Epstein: Congresso dos EUA aprova lei para liberar arquivos. Entenda o que acontece agora

Está no g1

O Congresso dos Estados Unidos [1] aprovou na terça-feira (18) um projeto de lei que determina a divulgação de todos os arquivos de investigação sobre o bilionário Jeffrey Epstein.

Contexto: Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual nos anos 2000. O caso voltou a ganhar destaque neste ano com o vai e vem do presidente Donald Trump [2] sobre a liberação dos arquivos.

Na terça-feira, Câmara e Senado aprovaram rapidamente [3] — e quase por unanimidade — o projeto que obriga o governo a liberar todos os arquivos da investigação. O movimento foi visto como uma derrota política para Trump. Entenda mais abaixo.

Pelo texto, todos os documentos da investigação, incluindo informações sobre a morte de Epstein na prisão, deverão ser divulgados em até 30 dias após a sanção presidencial.

A lei permite que o Departamento de Justiça oculte informações pessoais das vítimas ou dados de investigações ainda em curso. Por outro lado, proíbe censuras com base em “constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política”.

A expectativa é que Trump sancione a lei assim que o texto chegar à Casa Branca. Isso pode acontecer ainda nesta quarta-feira (19).

Derrota política

Durante a campanha de 2024, Trump prometeu várias vezes que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre o caso. Em uma entrevista, ele chegou a dizer ser “muito estranho” que a lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada.

Em fevereiro deste ano, o governo liberou uma série de arquivos sobre o caso [4]. A procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, chegou a afirmar que uma lista de clientes estava “em sua mesa para ser revisada”.

A postura de Trump aumentou a pressão política da oposição e até de membros do próprio partido do presidente para que todos os documentos fossem divulgados.

Nos últimos meses, Trump passou a chamar o movimento de “farsa” criada pela oposição para desviar a atenção de temas como o orçamento federal.

Três dias depois, Trump mudou de posição e passou a defender a aprovação da proposta [7], dizendo que os republicanos “não tinham nada a esconder”.

Presidente citado em e-mails

No dia 12 de novembro, o Congresso dos EUA divulgou mais de 20 mil páginas [8] de arquivos sobre a investigação de Jeffrey Epstein. Boa parte dos documentos contém e-mails que o bilionário trocou com parentes e amigos.

Em uma das mensagens, de janeiro de 2019, Epstein escreveu que Trump “sabia sobre as garotas”. No mesmo texto, aparecem o nome de uma vítima — que foi censurado — e uma menção a Mar-a-Lago, o resort do presidente na Flórida.

Em outro e-mail, de 2011, Epstein escreveu a Ghislaine Maxwell, sua parceira e confidente, sobre Trump.

“Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump”, afirmou. Em seguida, acrescentou que uma das vítimas “passou horas na minha casa com ele… e ele nunca foi mencionado uma única vez”.

Outro arquivo mostra Epstein refletindo sobre como deveria responder a perguntas da imprensa sobre sua relação com Trump, que à época começava a ganhar destaque como figura política nacional.

Para deputados democratas, as mensagens levantam novas dúvidas sobre a relação entre o presidente e o bilionário. Já o jornal The New York Times afirmou que Trump pode ter mais conhecimento da conduta de Epstein do que admitiu publicamente.

Trump, por sua vez, disse que a polêmica envolvendo os e-mails é uma “armadilha” criada pela oposição. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os arquivos mostram que o presidente “não fez nada de errado” [9].

Foto: gettyimages

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