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Chefe do CNPQ prevê apagão da pesquisa científica no País

A pesquisa científica no Brasil pode sofrer colapso. Uma das principais agências de fomento à pesquisa do país, o CNPq pode ter até metade de sua produção comprometida caso os cortes previstos no orçamento de 2021 não sejam revertidos no Congresso Nacional.  

Em entrevista ao Globo [1], o presidente do CNPq, Evaldo Vilela, afirma que o corte de 5,3% em relação ao ano anterior, previsto no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA), juntamente com o fato de quase a metade do orçamento (R$ 696 milhões) estar condicionada à aprovação do Congresso, podem fazer com que o órgão não tenha dinheiro para pagar nem mesmo as bolsas já vigentes, que hoje giram em cerca de 80 mil.

Até mesmo a resposta do país à pandemia de Covid-19 pode ficar prejudicada, uma vez que diversas pesquisas na área estão sendo financiadas pelo órgão. 

Referindo-se aos cortes que ocorrerão no orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia em 2021, o presidente do CNPq disse que “o orçamento seria diminuído para o ano que vem em R$ 200 milhões”, mas a instituição conseguiu reverter e a diminuição será de R$ 100 milhões, que ele considera muito. “O que nos preocupa é que este orçamento está dividido em duas partes. Uma delas, que já está garantida, corresponde mais ou menos à metade. A outra parte, em lei complementar, que é o condicionado que pode ser liberado dependendo da política econômica. Nunca foi tão grande, de R$ 600 milhões. No ano passado foi de R$ 60 milhões, e o Congresso nos liberou. Vai liberar este ano?”

Evaldo Vilela prevê uma “catástrofe” se o Congresso não liberar “porque vamos rachar a pesquisa no CNPq à metade”. Ele alerta que os níveis de financiamento da pesquisa no Brasil têm caído sistematicamente. 

Um dos ítens mais atingidos na atividade do CNPq serão as bolsas de pesquisas. “Temos um patamar de cerca de 80 mil bolsas por mês. Esse é o dinheiro que nós temos hoje, R$ 1,3 bilhão que mantém essas bolsas. Se não tivermos esse dinheiro, significa que não vamos poder manter as 80 mil bolsas”. 

Também a resposta à Covid-19 poderá ficar comprometida, na opinião do presidente do CNPq. 

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