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‘Coletes amarelos’ invadem cerimônia dos Molières, maior premiação do teatro da França

Está no G1

Sob os olhos de um auditório incrédulo, integrantes do movimento dos “coletes amarelos” [1] interromperam, na segunda-feira (13), a cerimônia dos Molières, a maior premiação do teatro francês. O objetivo dos militantes era denunciar os cortes do governo no orçamento do setor da cultura.

Logo que a 31a edição dos Molières se iniciou, a célebre sala de espetáculos Folies-Bergère, em Paris, foi invadida por dezenas de “coletes amarelos”. O mestre de cerimônias, o humorista belga Alex Vizorek, apresentava os favoritos da noite, quando os militantes, cantando e exibindo uma bandeira de apoio aos desempregados, subiram no palco.

Vizorek cedeu o microfone para os “coletes amarelos”, que também homenagearam os profissionais do mundo do espetáculo, conhecidos na França  [2]como “intermitentes”. Para isso, levaram suas próprias estatuetas, com as quais “premiaram” técnicos de teatro. Também concederam um “Molière da desonra” ao presidente francês, Emmanuel Macron [3], e seu ministro da Cultura, Franck Riester, presente na cerimônia.

Pouco depois, foi a vez dos seguranças invadirem o local. Os “coletes amarelos” deixaram a sala tranquilamente, sob os aplausos da plateia.

A emissora que transmite a cerimônia dos Molières decidiu, no entanto, não exibir as imagens do protesto, no programa veiculado três horas após os fim do evento. Na montagem realizada pela TV France 2, a manifestação foi cortada.

O protesto ganhou apoio durante a os discursos dos premiados. Ariane Mourier, revelação feminina por sua interpretação na peça Le Banquet, defendeu “as revoltas de hoje” e desejou “um mundo justo, porque todos nós precisamos disso”. Já Blanche Gardin, que levou o Molière do humor, afirmou que “neste período sinistro, a profissão de ator se parece mais com a medicina de emergência do que com a diversão”.

Foto: Alain Jocard/AFP


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