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A avaliação de que o Palácio do Planalto precisa “confrontar o Legislativo com a opinião da maioria da população” ganhou força depois da derrota estrondosa sofrida na Câmara dos Deputados na quarta-feira (25). A constatação foi feita pela jornalista Helena Chagas, em postagem nas redes sociais.
“Talvez a derrota do decreto do IOF na Câmara seja um divisor de águas, momento de o Planalto reforçar a narrativa de que o Congresso está defendendo os ricos. Confrontar o Legislativo com a opinião da maioria da população é a única forma de o governo recuperar certo fôlego político por lá. Mas é preciso correr, ocupar as redes e propagar isso rapidamente”, escreveu Helena.
Votação expõe fragilidade da base governista
O projeto que elevava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) — peça considerada crucial pela equipe econômica para sustentar o equilíbrio fiscal — foi rejeitado por 383 votos a 98 num universo de 513 deputados. A amplitude do placar escancarou a desarticulação do governo: legendas que ocupam ministérios, como PSD, MDB, Republicanos, União Brasil e Progressistas, acompanharam a oposição liderada pelo PL, reforçando o revés.
Pesquisas Datafolha e Ipsos/Ipec divulgadas em junho já apontavam queda na popularidade de Lula no Congresso. Com o clima eleitoral de 2026 no horizonte, parlamentares do chamado centrão enxergam no distanciamento do Planalto uma estratégia para manter espaço e recursos — sinal de que a fidelidade da base está cada vez mais condicionada ao custo-benefício político.
Rearranjo rumo a 2026 e risco de paralisia
O episódio do IOF ganhou estatura de termômetro: além de medir o prestígio do presidente, revelou uma aliança informal entre centro e oposição. Na prática, sinaliza que a capacidade do Planalto de pautar votações estratégicas está em xeque.
Corrida para conquistar as redes
Helena Chagas insiste que a reação precisa ser imediata. Para ela, só haverá recomposição de forças se o governo “ocupar as redes” e convencer a maioria sobre quem perde e quem ganha com a derrubada do decreto. A disputa narrativa promete ser decisiva num ambiente em que redes sociais funcionam como extensão do plenário.
Foto reproduzida da Internet