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Uma pesquisa do instituto Datafolha [1] divulgada neste sábado (26) pelo jornal “Folha de S. Paulo” mostrou que 51% da população são favoráveis à suspensão de aplicativos de mensagens, como o Telegram [2] ou o Whatsapp [3], que não obedeçam determinações da Justiça para conter a divulgação de notícias falsas. Por outro lado, 43% são contra esse tipo de medida.
Se declararam indiferentes ao tema 3%, e outros 3% não souberam opinar.
O levantamento ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos na terça-feira (22) e na quarta (23), quatro dias depois de o ministro Alexandre de Moraes [4], do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado a suspensão [5] do Telegram [2] em todo o país. Moraes considerou que o aplicativo não estava acatando ordens da Justiça contra as fake news.
Dois dias depois, Moraes tirou a suspensão, após o Telegram [2] se comprometer a acatar as medidas.
Parceria do TSE com as redes
Nos últimos meses, o STF e o Tribunal Superior Eleitoral [6] (TSE) vêm tomando medidas para evitar disseminação de notícias falsas nas redes sociais e interferência indevida nas eleições.
Em fevereiro, o TSE firmou um acordo com oito plataformas, mas o Telegram [2] não atendeu aos chamados. As oito foram: Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp [3], Google, Instagram, YouTube e Kwai.
O Telegram [2] só assinou a parceria nesta sexta-feira (25) [7].
Detalhes da pesquisa
Segundo o Datafolha [1], entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro [8], mais pessoas são contrárias à suspensão de redes sociais que não obedeçam à Justiça do que entre os eleitores do rival dele na disputa eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula [9] da Silva.
56% dos eleitores de Bolsonaro não apoiam a medida. Entre os eleitores de Lula [9], esse índice é de 38%.
O Telegram [2] é bastante popular entre bolsonaristas e uma das principais ferramentas usadas pelo presidente para a comunicação direta com seus apoiadores.
Em outras plataformas, Bolsonaro já teve diversos conteúdos bloqueados e submetidos a avisos de desinformação. Mas, no Telegram [2], as regras têm sido mais flexíveis.
A concordância com a suspensão de plataformas desobedientes é maior entre quem ganha mais de dez salários mínimos (58%). Nessa faixa da população, 31% são contra os bloqueios.
Entre as pessoas com ensino superior essa opinião chega a 56%. Os contrários são 40%.