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As despesas com juros do setor público consolidado no Brasil estão em trajetória alarmante, conforme revelou o jornalista Sergio Lamucci [1] em artigo publicado no Valor Econômico. No acumulado de 12 meses até fevereiro de 2025, os gastos chegaram a R$ 923,9 bilhões, o equivalente a 7,78% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse montante responde por quase a totalidade do déficit nominal do período, de R$ 939,8 bilhões, ou 7,91% do PIB.
O resultado primário – que não inclui despesas financeiras – ficou negativo em R$ 15,9 bilhões, representando 0,13% do PIB. Como explica Lamucci, o déficit nominal é composto pelos gastos com juros somados ao resultado primário, o que evidencia que o principal fator de desequilíbrio são justamente os juros elevados. O cenário decorre da combinação entre uma dívida pública volumosa e uma taxa Selic muito alta, hoje fixada em 14,25% ao ano.
Uma estimativa da agência de classificação de risco Moody’s projeta que só as despesas com juros da União atinjam R$ 995 bilhões em 2025, após terem alcançado R$ 853 bilhões em 2024. O setor público consolidado também inclui Estados, municípios e empresas estatais não financeiras, excluindo Petrobras e Eletrobras.