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O ex-ministro José Dirceu (PT) afirmou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não deveria apenas perder o mandato, mas também a nacionalidade brasileira, por atuar em defesa de interesses de um governo estrangeiro. “Está lá a serviço do governo estrangeiro [nos Estados Unidos]. Ele tem que perder a nacionalidade brasileira”, disse Dirceu em entrevista ao UOL [1]. “Ele não tem apenas que perder o mandato, tem que perder a nacionalidade, porque ele está a serviço de um governo estrangeiro, é só ler a nossa Constituição, isso é proibido”, ressaltou mais à frente.
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o início de 2025, onde articula pressões políticas e sanções contra a economia e autoridades brasileiras, em especial ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A movimentação seria parte da estratégia para favorecer Jair Bolsonaro (PL) e abrir caminho para uma anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A permanência prolongada de Eduardo Bolsonaro no exterior e a tentativa de exercer seu mandato de maneira remota têm alimentado debates sobre a legalidade dessa prática e sobre os limites constitucionais da atuação de parlamentares brasileiros fora do país.
Além das críticas a Eduardo Bolsonaro, Dirceu avaliou como “jogo de cena” a movimentação de setores da direita em torno de uma possível anistia para a Jair Bolsonaro. Na visão do ex-ministro, o tema funciona mais como manobra política do que como um projeto real.
“A eleição de 26 já começou, está sendo antecipada. Há muitas dúvidas, pelo menos da minha parte, de que eles queiram mesmo anistiar o Jair Bolsonaro”, afirmou.
Segundo ele, a prioridade da direita estaria em viabilizar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como candidato ao Palácio do Planalto em 2026. Nesse cenário, as discussões sobre anistia serviriam para manter mobilizada a base bolsonarista enquanto cresce a pressão dos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump.
Foto reproduzida da Internet