Está no Blog do Valdo Cruz
Diante de novas turbulências, o Conselho de Administração da Petrobras [1] pode autorizar, na próxima semana, a distribuição de dividendos extraordinários – que gerou uma guerra entre a empresa e uma ala do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) [2].
A tendência é que o conselho decida distribuir metade dos R$ 43,9 bilhões, o que já era a proposta inicial da diretoria comandada por Jean Paul Prates.
A dúvida é se o governo conseguirá uma decisão para a semana que vem, quando estava prevista uma reunião do colegiado para autorizar a distribuição de dividendos extraordinários.
Depois de uma batalha sobre o tema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convenceu o presidente Lula que a medida é importante, já que o governo fica com 37% do valor.
O ministro argumenta que o dinheiro pode ajudar o governo perseguir sua meta de déficit zero e evitar mais bloqueios de verbas do Orçamento, preservando principalmente recursos destinados para programas sociais.
Decisões sobre comando da empresa
Por sinal, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, termina a semana no cargo, enquanto o presidente do Conselho de Administração da estatal, Pietro Mendes, foi afastado pela Justiça Federal de São Paulo [3].
Depois de começar a semana com o posto em risco [4], e com muita gente apostando na sua demissão, Prates continua nesta sexta-feira (12) à frente da estatal.
Segundo assessores de Lula, a permanência definitiva dele não está assegurada, mas pode acontecer, a depender do seu comportamento a partir de agora para recuperar a confiança do presidente da República.
Auxiliares afirmam que Lula está muito irritado com Jean Paul Prates, mas também não gostou dos ataques diretos e públicos feitos pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira – que também recuou nas críticas ao presidente da estatal [5].
Já Pietro Mendes foi afastado pela Justiça Federal em decisão de uma ação impetrada pelo deputado estadual de São Paulo, Leonardo Lima (Novo). Mendes foi indicado para o posto pelo ministro Alexandre Silveira e é seu secretário de Petróleo e Gás.
O deputado entrou com a ação alegando que há conflito de interesse pelo fato de Pietro Mendes comandar o conselho e, ao mesmo, ser secretário do Ministério de Minas e Energia. A União vai recorrer.