– Na quinta-feira (20), o presidente Lula assinou o decreto que altera o PGO [Plano Geral de Outorga]. É o sinal verde para que a Oi, sócia de seu filho Fábio na Gamecorp, incorpore a Brasil Telecom.
Quem defende a idéia argumenta que a mudança contempla a atual tendência do mercado mundial de telecomunicações, de concentração. E que a união dará ao Brasil uma empresa nacional capaz de competir internacionalmente. Os detalhes político-policiais prefere-se esquecer.
Sob o comando do delegado Protógenes Queiroz, a Operação Satiagraha, que tantas dores de cabeça trouxe ao governo, a ponto de provocar uma guerra interna na Polícia Federal e entre esta e a Abin [Agência Brasileira de Inteligência], iria redundar inevitavelmente nas articulações que levaram à fusão agora autorizada pelo presidente. Basta reler o relatório de Queiroz para encontrar o fio da meada a unir os anseios particulares e políticos encobertos sob o manto do interesse público.
O delegado, está sendo bombardeado. Confia-se que seu substituto, Ricardo Saadi, não desperdiçará as linhas de investigação. De qualquer maneira, o doutor Queiroz produziu durante quatro anos forte material, suficiente para explicar parte essencial das relações de poder no Brasil. E a fusão entre Oi e BrT é um capítulo recente e importante.