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Fabio Aguayo: quem é o assessor de Moro que Tacla Duran pediu para ser investigado

Está na Revista Fórum

Assessor de Sergio Moro (União-PR) lotado no escritório de Curitiba, Fábio Bento Aguayo ganhou notoriedade na segunda-feira (27) ao ser citado por Rodrigo Tacla Duran [1] que, em depoimento à Justiça Federal [2], pediu abertura de investigação dele com Carlos Zucolotto Junior, sócio de Rosângela Wolff Moro, em razão da tentativa de extorsão que o ex-advogado da Odebrecht relata há anos ter sofrido em negociação para uma delação premiada na Lava Jato.

Fundador e presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrapar) e diretor do Sindicato das Empresas Promotoras de Eventos do Estado do Paraná (Sindiprom), Aguayo esteve com Zucolotto em uma reunião quando Tacla Duran era vice-presidente jurídico do Sindicato dos Hotéis em São Paulo.

É a primeira vez que Aguayo é citado nas denúncias feitas por Duran. Lobista do setor hoteleiro, o empresário foi derrotado em uma tentativa de se tornar vereador em Curitiba, pelo PSL, em 2020 e foi suplente de candidatos em outras duas eleições.

Embora conste como sócio de três empresas – a Abrapar, fundada por ele, o El Rancho Maria Bar e uma empresa de serviços de apoio administrativo -, Aguayo nunca declarou bens à justiça eleitoral.

Na última eleição, em 2020 pelo PSL, Aguayo afirmou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter recebido R$ 176.473,87 – a maioria oriunda do próprio partido – e gastado R$48.590,00.

Assessor de Moro desde a campanha

Na política, Aguayo sempre transitou nos bastidores. Iniciou no PV, passou pelo Podemos junto com o casal Moro e com Sergio e Rosângela migrou para o União Brasil, causando a fúria de Álvaro Dias, que reclamou em setembro de 2022 sobre a falta de apoio do empresário.

A reclamação foi feita pelo blog do jornalista Marc Sousa, da Jovem Pan / TV Record de Curitiba, o mesmo que divulgou na semana passada um documento potencialmente falso sobre doação do PCC ao site The Intercept Brasi [3]l horas antes de entrevistar Moro ao vivo, na esteira das investigações da Polícia Federal.

Nas redes sociais, Aguayo mostra que assessorou Moro em diversas agendas na mídia e também em entidades representativas, especialmente do setor de turismo, durante a campanha. Autoproclamado “latino Americano, Aquariano, Vascaíno, um bom lutador pelos empreendedores do Turismo, Gastronomia e Entretenimento, Sociedade Cívil/Contribuintes”, ele não esconde seu estilo de vida e o gosto por charutos e vinhos.

“Quando poucos acreditavam em Moro eu já estava com ele, vou seguir acreditando. O Brasil precisa de moralidade e Moro representa isso”, disse ele, também ao blog de Marc Souza, ao se filiar ao União Brasil.

Após a eleição, Moro teria tentado emplacar o amigo como secretário de Estado do Trabalho no governo Ratinho Jr, no Paraná. No entanto, teria tomado uma negativa do governador por não incluir a direção nacional do partido na negociação.

Depois da tentativa frustrada, em janeiro, de ganhar o cargo no governo estadual, Aguayo foi empregado por Bolsonaro no gabinete de Curitiba, com um salário de R$ 4.674,28 mensais – valor baixo, tratando das credenciais do assessor.

Após ter seu nome exposto por Tacla Duran, Aguayo mantém silêncio nas redes, se limitando a compartilhar tuites do patrão e ataques a Lula, enquanto aguarda ser chamado – ou não – pela justiça a prestar esclarecimentos.

Foto: Reprodução/Instagran

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