O doleiro Lúcio Bolonha Funaro (foto) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) e assumiu ter operado caixa dois do PMDB. Além disso, Funaro, segundo informações obtidas pelo jornal O Globo, sustentou que o presidente Michel Temer tinha pleno conhecimento de doações ilícitas de campanha feitas à legenda. O depoimento do doleiro durou cerca de quatro horas e foi realizado na última quarta-feira (14). Funaro foi questionado no âmbito do inquérito que investiga Temer no Supremo Tribunal Federal (STF).
O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, gravou uma conversa com Temer, em março deste ano, no Palácio do Jaburu, na qual o presidente avaliza pagamento de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e também a Lúcio Funaro, pelo empresário, em troca do silêncio dos dois. A gravação é parte da delação premiada firmada entre o empresário e o Ministério Público Federal (MPF).
Funaro, conforme revela o jornal, negou que ele ou seus familiares tenham recebido recursos da J&F, holding que controla a JBS, para se manter calado. De acordo com ele, os recebimentos de recursos da JBS estão ligados a três contratos legais que o empresário mantinha com ele para prestação de serviços em operações de mercado.
Sobre a mala recebida por sua irmã, Roberta Funaro, com R$ 400 mil em dinheiro vivo, também é parte de um pagamento realizado pelos serviços lícitos apontados por ele à PF. Roberta Funaro chegou a ser presa na Operação Patmos, deflagrada a partir das delações da JBS. As investigações ligam a mala à compra do silêncio do operador pelos empresários da JBS, conforme gravação com Temer.
Funaro está preso há quase um ano. Apesar de ter contratado um advogado especialista em delação premiada, ainda não há informações de que o acordo tenha sido fechado.
Eduardo Cunha, que também prestou depoimento na última quarta-feira (14), afirmou que seu silêncio “nunca esteve à venda” [1] e que nunca foi procurado pelo presidente Michel Temer ou interlocutores do presidente com esse objetivo.
Foto reproduzida da internet