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General Braga Netto na Casa Civil é derrota para `ala ideológica´ do governo, escreve Le Monde

Está no site Brasil 247

O jornal francês Le Monde desta sexta-feira (14) repercute a nomeação do general Braga Netto para o ministério da Casa Civil no Brasil. Nem bem a notícia foi confirmada em Brasília, o diário liberal publicava em seu site um artigo com o título: “um general nomeado chefe do governo por Bolsonaro”. O texto explica aos leitores que a Casa Civil equivale ao cargo de primeiro-ministro.

A nomeação do general Braga Netto ao cargo mais importante do governo é vista como uma vitória para a ala militar do governo, que os especialistas consideram mais pragmática do que a ala ideológica, composta principalmente por discípulos do sulfuroso filosofo Olavo de Carvalho, informa o texto.

O general de 62 anos, vai substituir Onyx Lorenzoni, que foi, segundo o Le Monde, “relegado” ao ministério da Cidadania, pasta que concentra a maioria das questões sociais, mas também o Esporte. Osmar Terra, que ocupava o ministério da Cidadania, vai recuperar seu mandato de deputado na Câmara Federal.

Com a nomeação de Walter Souza Braga Netto, anunciada na quinta-feira (13) por Bolsonaro pelo Twitter, o presidente reforça a presença de militares em seu governo [1], aponta o Le Monde, lembrando que agora nove dos 22 ministros brasileiros são militares. Além disso, a partir de agora, os quatro colaboradores mais próximos de Bolsonaro no governo, que têm seus escritórios situados no Palácio do Planalto, são militares, a começar pelo influente general Augusto Heleno, chefe do gabinete de segurança institucional da Presidência da República, ressalta o jornal.

Interventor militar no Rio

O Le Monde publicou a biografia de Braga Netto. Diz que o atual chefe do Estado Maior do Exército ficou conhecido do grande público em 2018, quando assumiu o comando militar das forças de segurança pública que intervieram no Rio de Janeiro. A matéria é, aliás, ilustrada com uma foto do general ao lado de Jair Bolsonaro. A fotografia foi tirada em novembro de 2018, Braga Netto quando era interventor federal militar do Rio e antes de o presidente assumir o cargo.

A intervenção do exército no Rio foi decidida pelo ex-presidente Michel Temer, precursor de Jair Bolsonaro, para tentar conter uma onda de violência urbana sem precedentes, recorda a matéria. A intervenção militar durou onze meses e, de acordo com o jornal, seu saldo foi heterogêneo: alguns indicadores de violência caíram, mas o número de mortos nas operações policiais aumentou sensivelmente. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública, 6.695 mortes violentas foram registradas no estado em 2018.

A nomeação de Braga Netto também é destaque no jornal El País. O diário espanhol escreve que Bolsonaro, depois de tanto negar, começa a fazer, a conta-gotas, uma minirreforma ministerial. Além de dizer também que a mudança fortalece núcleo militar no Planalto, a decisão de levar Onyx para comando do Bolsa Família tem como objetivo de dar um novo direcionamento ao programa contra a miséria, que acumula demanda reprimida, acredita El País.

Imagens reproduzidas do Brasil 247

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