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Gonet pede condenação de `kids pretos´ acusados de planejar assassinato de autoridades

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 A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a condenação de oito militares e um agente da Polícia Federal acusados de integrar o chamado “núcleo 3” de uma trama golpista. Segundo o órgão, o grupo teria atuado em duas frentes: pressionando o alto comando das Forças Armadas para aderir a um golpe de Estado e executando ações de campo destinadas a desestabilizar o regime democrático. A denúncia foi apresentada no julgamento que ocorre no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os réus são apontados como responsáveis por planejar o “Punhal Verde e Amarelo”, um plano que previa o monitoramento, a prisão e até a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes. Para a PGR, eles usaram “conhecimentos técnicos e postos estratégicos para realizar as ações de campo, neutralizar autoridades centrais do regime democrático e promover a instabilidade social necessária à ruptura institucional”.

A atuação do grupo e as provas apresentadas

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que os réus tiveram “contribuição decisiva” para a concretização dos crimes denunciados. “Integrantes deste núcleo pressionaram agressivamente o alto comando do Exército a ultimar o golpe de Estado”, declarou. Segundo ele, os envolvidos “puseram autoridades públicas na mira de medidas letais” e tentaram “congregar forças militares terrestres ao serviço dos intentos criminosos”.

Gonet destacou ainda que os acusados tinham plena consciência de que a narrativa de fraude eleitoral, usada como pretexto para justificar a tentativa de golpe, era falsa. “Uma série de diálogos recolhidos nas investigações mostra que os réus estavam advertidos disso desde o processo eleitoral”, afirmou o procurador.

Entre as provas apresentadas, Gonet citou áudios do agente da Polícia Federal Wladimir Soares, em que ele admitiria que o grupo estava disposto a usar força letal. “As investigações escancaram a declarada disposição homicida e brutal da organização criminosa, que se articulou e se lançou em providências executórias devidamente armadas”, disse.

Pressão sobre o Exército e carta golpista

O procurador também rebateu a defesa dos militares, que alegou não haver possibilidade de oficiais de patentes inferiores influenciarem generais. “O argumento se perde na premissa”, afirmou Gonet. “Era justamente porque sabiam que precisavam de meios extraordinários para superar a posição de respeito à Constituição que lançaram mão de mecanismos desviados das regras de direção, como a carta de 28 de novembro, que tinha o óbvio propósito de concitar o comando do Exército a se posicionar.”

Réus e possíveis condenações

Estão sendo julgados os seguintes réus: Bernardo Romão Corrêa Netto (coronel do Exército), Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (general da reserva), Fabrício Moreira de Bastos (coronel), Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel), Márcio Nunes de Resende Jr. (coronel), Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel), Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel), Ronald Ferreira de Araújo Jr. (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (agente da PF).

Foto reproduzida da Internet



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