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O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou as críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A ofensiva ocorreu após o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela Polícia Federal, sob a acusação de coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Segundo o Metrópoles [1], Jason Miller, conselheiro de Trump, usou a rede social X nesta quinta-feira (21) para chamar Moraes de “aspirante a ditador de terceira categoria” e “Rei Louco”. “Alexandre de Moraes cometeu um grande erro aqui. Agora o mundo inteiro verá que Moraes é simplesmente um aspirante a ditador de terceira categoria, disposto a destruir a democracia e prejudicar o povo brasileiro em busca de poder pessoal. Alexandre de Moraes é realmente ‘O Rei Louco’”, escreveu Miller, marcando o STF e o ministro, de acordo com a reportagem.
O indiciamento de Bolsonaro e de seu filho foi formalizado pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (20). De acordo com o relatório, as ações da dupla ultrapassaram os limites do processo conhecido como AP 2668, atingindo instituições como o Congresso Nacional e o próprio STF, com o objetivo de submetê-las a interesses pessoais.
Durante a investigação, a PF apreendeu o celular de Jair Bolsonaro, onde foram encontrados áudios que revelariam divergências dentro da família. Também foram interceptadas conversas do ex-mandatário com o pastor bolsonarista Silas Malafaia, que já se manifestou publicamente em apoio a Bolsonaro.
As críticas de Washington não se restringem a Miller. Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos, também acusou Moraes de liderar uma política de “censura e perseguição”. Ele destacou que as supostas violações de direitos humanos atribuídas ao ministro motivaram sanções aplicadas pela Lei Magnitsky, aprovadas pelo presidente Donald Trump.
“O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump”, afirmou Beattie, acrescentando que outros ministros do STF poderiam ser alvo de medidas semelhantes, caso apoiem decisões de Moraes.
O relatório da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que agora decidirá se apresenta denúncia ao STF ou se arquiva o caso. Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro recorreu às redes sociais para negar irregularidades.
“Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados”, escreveu o deputado, conhecido como “filho 03” do ex-mandatário.
Aliados da família Bolsonaro têm classificado as medidas judiciais como uma “cortina de fumaça” criada por Alexandre de Moraes. Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto, após decisão do ministro, motivada pelo descumprimento de medidas cautelares determinadas anteriormente.
Foto reproduzida da Internet