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A indignação popular contra o Congresso Nacional ganhou força nas redes sociais na quarta-feira (2), com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se tornando o principal alvo. De acordo com dados da plataforma Trends24, hashtags como #CongressoDaMamata, “Hugo Nem-se-Importa“, #CongressoInimigodoPovo e #HugoMottaTraidor lideraram os assuntos mais comentados no X (antigo Twitter), acumulando juntas mais de 3,8 milhões de menções ao longo da tarde. As informações são da Folha de S.Paulo. [1]
O movimento de protesto nas redes foi impulsionado por vídeos e imagens geradas por inteligência artificial, que satirizam Motta e denunciam sua atuação política. Perfis de ativistas como @ThiagoResiste e @lazarorosa25 passaram a se referir ao parlamentar como Hugo Nem-se-Importa, em alusão ao que consideram descaso do presidente da Câmara com as pautas sociais.
Em um dos vídeos, o personagem digital de Motta aparece descontraído, sentado em uma poltrona de couro, rindo enquanto faz declarações polêmicas. “Estamos cortando gasto, sim. Menos verba para saúde, menos para educação e, claro, reforma na aposentadoria do povo”, diz o avatar gerado por IA. Em outra peça, o mesmo personagem participa de um jantar fictício com empresários da Faria Lima, um dos centros financeiros de São Paulo, em que se ouve: “Saiu a parte 2 do jantar de Hugo Nem-se-Importa com os empresários da Faria Lima: ‘Um brinde ao Hugo, que serve à elite e ignora o povo!”
O estopim para o levante virtual foi a derrubada dos decretos presidenciais que aumentavam a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida que, segundo o governo, ajudaria a elevar a arrecadação e reduzir as desigualdades. A decisão, tomada com o apoio do centrão e liderada por Motta, foi vista por ativistas como mais um gesto de favorecimento às elites econômicas.
A repercussão negativa se intensificou após virem à tona imagens do presidente da Câmara em encontros com empresários da Faria Lima no mesmo período em que o Congresso rejeitava o aumento do IOF. “Temos um playboy comando [sic] a câmara dos deputados”, criticou o perfil Dilma Debochada, conhecido por suas postagens irônicas contra políticos.
A mobilização nas redes reflete o crescente descontentamento com a atuação do Congresso, que, segundo levantamento recente da Quaest, tem se mostrado resistente a pautas populares. A pesquisa apontou que 80% dos deputados rejeitam a implementação da jornada de trabalho 6×1, que garante um dia de descanso semanal para todos os trabalhadores, enquanto 53% defendem a manutenção dos supersalários no funcionalismo público.
Foto reproduzida da Internet