Está no Brasil 247
O Ministério das Relações Exteriores convocou, nesta sexta-feira (8), o encarregado de Negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos sobre uma nota divulgada pela representação americana que traz ameaças diretas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A chancelaria brasileira considerou o conteúdo do comunicado “descabido” e “inaceitável”.
Segundo a coluna do jornalista Valdo Cruz [1], do g1, Escobar foi recebido pela manhã pelo embaixador Flávio Goldman, que ocupa interinamente a Secretaria de Europa e América do Norte. Durante a reunião, o diplomata estadunidense foi questionado sobre a declaração que afirma que o governo dos EUA está monitorando de perto ministros do STF que eventualmente adotem posições semelhantes às do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelos inquéritos envolvendo Jair Bolsonaro (PL) que tramitam na Corte, incluindo o que trata do suposto envolvimento do ex-presidente em uma trama de golpe de Estado.
A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliou a nota como um ataque à soberania brasileira, uma vez que ameaça aplicar sanções a integrantes da Corte. O comunicado original foi emitido pelo Departamento do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA e, na quarta-feira (6), ganhou versão em português, publicada pela embaixada em Brasília.
Esta é a terceira vez que Gabriel Escobar é chamado ao Itamaraty desde o agravamento das tensões diplomáticas entre o Brasil e os Estados Unidos na gestão do presidente Donald Trump. Atualmente, ele responde pela chefia da missão no país enquanto não é designado um novo embaixador — a última titular, Elizabeth Frawley Bagley, deixou o cargo com a posse de Trump para seu segundo mandato.
Na quinta-feira (7), um dia antes da convocação, Escobar esteve em reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin para tratar das negociações sobre o chamado “tarifaço” imposto pelos EUA ao Brasil.
Foto reproduzida da Internet