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Lula afirma no final do BRICS que desdolarização não tem volta

Está no Brasil 247

Em coletiva após a cúpula dos Brics no Rio de Janeiro na segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou sua posição de que a desdolarização do comércio internacional — especialmente entre os países-membros do grupo — “é uma coisa que não tem volta”. Segundo ele, a substituição do dólar por moedas locais ocorrerá de forma gradual, até se consolidar como nova realidade, informa o jornal Valor Econômico.

A iniciativa, que já vinha sendo articulada por países do BRICS, ganha força agora com o apoio público do presidente brasileiro. Lula argumenta que a hegemonia do dólar, construída historicamente por meio de instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), precisa ser questionada. Ele ressaltou que, embora o bloco represente cerca de metade do PIB global, detém apenas 18 % de poder de voto no FMI — uma “incoerência” que reforça a necessidade de reformas nas estruturas financeiras internacionais.Play Video

O presidente destacou também que o bloco está aberto à expansão.

O presidente dos EUA, Donald Trump criou tensão no ambiente econômico e político internacional ao ameaçar impor uma tarifa de 10 % a países que se alinhassem às pautas do Brics. Lula, porém, minimizou a fala, afirmando que o assunto “não teve relevância” nas discussões do encontro.

O presidente russo Vladimir Putin, também participante da cúpula — via videoconferência —, endossou a proposta de Lula, defendendo o uso das moedas locais nas transações intra-bloco.

A transição para moedas locais e a criação de um sistema alternativo ao SWIFT fazem parte de um plano de médio e longo prazo. ]

A reinserção da desdolarização como prioridade na agenda dos BRICS, com a defesa direta de Lula, marca um passo decisivo na tentativa de redesenhar as relações financeiras globais. Ainda que o processo seja gradual, o sinal de que “não tem volta” sinaliza o início de um movimento que pode alterar o papel do dólar e fortalecer moedas regionais em pactos comerciais estratégicos.

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