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Lula defende manter investimentos da Petrobras para garantir empregos e soberania energética

Está no Brasil 247

O presidente Lula defende que a Petrobras mantenha seu plano de investimentos, mesmo diante da queda do preço internacional do petróleo. Segundo reportagem [1] da Folha de S.Paulo, a posição do governo contraria parte da diretoria da estatal, que pressiona por uma revisão do plano para os anos que incluem 2026, ano eleitoral. Para Lula, a Petrobras não pode reduzir investimentos por fatores conjunturais, pois tem obrigação de gerar empregos, fortalecer a indústria nacional e servir ao povo brasileiro.

A discussão se tornou central no Conselho de Administração da Petrobras, que reúne indicados do governo e representantes de acionistas minoritários. Os executivos alertam que manter investimentos elevados com receitas menores pode aumentar o endividamento e reduzir dividendos distribuídos. O governo, no entanto, argumenta que o papel da Petrobras não é apenas remunerar investidores, mas garantir soberania energética, emprego e desenvolvimento tecnológico.

Queda do petróleo acirra divergências

O debate ganhou força após a redução das tensões entre Israel e Hamas, que derrubou o preço do barril de Brent para US$ 61,33 — cerca de 16% a menos que um ano atrás. A desaceleração global causada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China também pressiona o mercado de energia. A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê um excedente ainda maior de petróleo em 2026.

Mesmo nesse cenário, Lula argumenta que a Petrobras deve olhar para o longo prazo. “Estou convencido de que a Petrobras ainda não deu tudo o que ela tem que dar ao povo brasileiro”, afirmou recentemente em evento na Bahia. Dirigindo-se à presidente da estatal, Magda Chambriard, ele disse que sua missão é superar gestões anteriores e “entregar mais ao Brasil”.

Petrobras como motor de emprego e tecnologia

Lula relembrou, em discurso, que durante gestões anteriores precisou confrontar dirigentes da petroleira para garantir a construção de navios-sonda no Brasil. “Mais fácil o cacete”, afirmou, ao criticar a lógica de importar equipamentos para economizar recursos. Para o presidente, produzir no país significa gerar “conhecimento tecnológico, mão de obra, salário, imposto e a coisa mais sagrada que é emprego”.

Sem citar nomes, Lula criticou governos que, segundo ele, desmontaram a empresa sob o argumento de que ela “não precisava de investimento”. A paralisação de estaleiros como o da Enseada, na Bahia, “matou gente de desespero”, disse.

Diretoria defende cautela e revisão

Magda Chambriard e o diretor financeiro Fernando Melgarejo afirmaram, em agosto, que os projetos do plano 2026-2030 estão sendo reavaliados diante do novo patamar de preços. Segundo a CEO, empreendimentos “quase prontos” voltaram para uma fase anterior para serem otimizados. Melgarejo reforçou que “os que não passarem na régua” podem ser adiados, modificados ou descartados.

Mesmo com o recuo no preço do petróleo, o plano atual da Petrobras prevê US$ 111 bilhões em investimentos entre 2025 e 2029, com 88% destinados a projetos já em implantação, principalmente em exploração e produção de novas reservas.

Sem citar nomes, Lula criticou governos que, segundo ele, desmontaram a empresa sob o argumento de que ela “não precisava de investimento”. A paralisação de estaleiros como o da Enseada, na Bahia, “matou gente de desespero”, disse.

Governo quer Petrobras mais forte e estratégica

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou à Folha que Magda Chambriard tem equilibrado os interesses da União e do mercado, e que o governo espera uma estatal capaz de investir em fertilizantes, gás e reindustrialização do país. “A Petrobras precisa se revigorar cada vez mais”, disse.

Relatório do Itaú BBA reconhece que a possível redução dos investimentos em 2026 é o principal ponto de disputa entre governo e mercado. Para investidores, há dúvidas se o governo permitirá cortes diante da queda das receitas — ou se manterá a estratégia de fortalecimento nacional da estatal.

Lula, no entanto, tem sido claro: a Petrobras deve servir ao Brasil. E, para isso, precisa investir, produzir e gerar empregos — mesmo quando o mercado pede recuo.

Foto reproduzida da Internet

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